USP lança intercâmbio entre pesquisadores e o mercado

Jornal da Cidade - Sexta-feira, dia 24 de novembro de 2006

sex, 24/11/2006 - 19h17 | Do Portal do Governo

Thatiza Curuci

Não é novidade que as universidades produzem ‘conhecimento’ através de pesquisas. Mas a dificuldade para aplicar essas pesquisas no mercado ainda existe. Para facilitar o intercâmbio entre universidades e empresários interessados em inovação, a Universidade de São Paulo (USP) lançou ontem o Programa de Investigação Tecnológica (PIT) em Bauru.

Nada mais é do que uma ferramenta que vai avaliar e qualificar – por dois anos – o potencial de cada pesquisa que for inscrita. Através dele, o pesquisador saberá se o produto que desenvolveu vai ser útil ao mercado, ou quais modificações precisam ser feitas. O programa faz parte das ações da Agência USP de Inovação em Bauru e foi lançado em pouco mais de 40 dias após a inauguração da Agência na cidade.

“Na prática, vamos fornecer os meios e caminhos para tornar possível levar a tecnologia até o mercado”, explica Alexandre Venturino, diretor do Instituto Inovação, contratado para implementar o programa em Bauru. Isto porque, dados de 2001 do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) mostram que apenas 0,2% dos 20 mil pedidos de patentes nacionais daquele ano partiram de universidades e centros de pesquisa.

Se por um lado o programa vai identificar os produtos que interessam aos empresários, também pode mudar o rumo de outras pesquisas. “Um professor procurou a Agência USP de Inovação para apresentar um produto que ele pensava ser inovador. Mas, ao pesquisarmos, descobrimos que já existiam cinco patentes de produtos similares no Brasil”, exemplifica o estagiário da Agência em Bauru, Ricardo Pianta. O Programa de Investigação poderia identificar essa falha e reconduzir a pesquisa para outros fins, por exemplo.

Além da USP, outras quatro instituições participam do mesmo programa. Uma equipe com membros da USP, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual Paulista (Unesp), Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) participam da seleção e análise das pesquisas. Atualmente, 12 estudantes bolsistas estão contratados para trabalhar no programa. Com um banco de patentes que somavam mais de 700 registros já em 2003, as cinco instituições são referências em questões de pesquisa e desenvolvimento tecnológico no Brasil.

A Unesp possui uma rede de agências em cinco pólos, além de Bauru, que é focada em saúde e tecnologia. As outras são na Capital, em Pirassununga, Ribeirão Preto, São Carlos e Piracicaba.