USP de Ribeirão integra rede de genoma do câncer

EPTV Campinas

seg, 23/03/2009 - 11h28 | Do Portal do Governo

A USP de Ribeirão Preto é a única universidade do interior do Estado de São Paulo a fazer parte da rede de faculdades e institutos que o governo federal e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) criaram para estudar, exclusivamente, as causas e o tratamento do câncer. O investimento na rede será de R$ 5 milhões.

A doença é a segunda que mais mata no país. A estimativa do Ministério da Saúde é que este ano sejam registrados 465 mil novos casos.

Quatorze instituições nacionais e uma dos EUA farão parte das pesquisas,  que começarão pelo câncer de mama. Em Ribeirão, cinco pesquisadores da USP vão trabalhar no projeto com o objetivo de colher informações sobre a biologia do câncer, por meio do genoma do tumor. O material para o estudo já foi recolhido e os pesquisadores estão na fase do sequenciamento.

“Em dois anos devemos ter o sequenciamento e montagem completos com todas das análises”, diz o coordenador da rede na USP Ribeirão, Wilson Araújo da Silva Júnior.

Com os resultados, pacientes do mundo todo poderão ser beneficiados. “Podemos ter identificados alguns genes que nos permitem, em cima deles, desenvolver tratamentos”, afirma Júnior.

Esperança para a aposentada Clarisse Alves que teve câncer de mama há 11 anos, já se curou de um câncer de pulmão e agora luta contra um no fígado. “O tratamento é muito duro, a gente não come, não dorme, dá um mal estar muito grande. Espero ter um remédio que cure a gente”, diz.

Para o radio-oncologista Harley Francisco de Oliveira, as pesquisas podem ir além da descoberta de tratamentos, mas desenvolver também um método para detectar os riscos de cada pessoa de desenvolver o tumor. “É uma tentativa de atuação na prevenção primária, que hoje não existe. As nossas intervenções ocorrem quando aparece a doença e agora queremos antever seu aparecimento”, explica.