Unidade não registrou, em 12 meses, nenhuma fuga ou rebelião e conseguiu inserir cinco, de seus 56 internos, no mercado de trabalho com carteira assinada. Até o final deste mês, entra em operação a segunda unidade
A unidade de Osasco da Fundação Casa (ex-Febem) completou, na última sexta-feira, um ano de funcionamento. E o principal resultado obtido nesses 12 primeiros meses de atendimento, foi o ingresso de 5, dos 56 internos que cumprem medida restritiva no local, no mercado de trabalho.
Após participarem de cursos de educação regular e profissionalizante oferecidos na própria unidade, eles conseguiram emprego, com carteira assinada, em empresas da região.
Recebem permissão para trabalhar internos que chegam à 4ª e última etapa do processo de ressocialização e que já estão próximos de serem liberados pela Justiça.
Um deles é o jovem Lucas, de 16 anos, que está há 10 meses internado e conseguiu vaga de auxiliar de escritório em uma empresa de Carapicuíba. “É muito bom trabalhar. Só não diminuiu a saudade da família”, afirma.
Além dele, outros dois jovens conseguiram emprego na área da Construção Civil. Outro é aprendiz de cabeleireiro. E o quinto empregado está atuando em uma padaria. “Essas empresas estão dando um exemplo de cidadania e responsabilidade social ao abrir as portas para a inclusão desses jovens no mercado”, afirma Moisés Camilo de Lima, presidente do Gaapis (Grupo Ação e Assistência, Promoção e Integração Social), entidade que administra a unidade e também coordena as atividades pedagógicas junto aos internos, incluindo cursos de telemarketing, informática, administração, cabeleireiro, reparação de autos, limpeza industrial, confeitaria e panificação.
As aulas são ministradas por meio de parcerias com o Senai, ACM, Projeto Futuros Brilhantes e Arbus, entre outras entidades.
Modelo
Apesar de ter um ano de funcionamento, a Fundação Casa de Osasco é considerada, pelo governo do Estado, modelo para toda a rede de “Casas”. Primeiro, por não ter registrado, nesse período, fugas ou rebeliões. E, além dela, apenas as unidades de Sorocaba e Franca têm jovens inseridos no mercado de trabalho.
“Acredito que isso seja resultado de nosso projeto pedagógico, que propõe ao adolescente refletir sobre sua realidade, além da integração e do trabalho sócio educativo feito com a família”, completa Camilo.
A comemoração do 1º ano de funcionamento contou com apresentações artísticas dos internos e com a formatura de alunos dos cursos de panificação e confeitaria. Além disso, foi anunciado, no evento, que a segunda unidade do complexo, também inaugurada há 1 ano mas até então desativada, começa a funcionar até o final deste mês, recebendo outros 56 menores infratores da região.
Ela também será administrada pelo Gaapis, responsável pela gestão e contratação dos profissionais que desenvolvem atividades com os menores.