Unicamp deve levar estrutura até o final do ano para Sumaré

Correio Popular - Domingo, dia 10 de setembro de 2006

dom, 10/09/2006 - 11h31 | Do Portal do Governo

Hospital Estadual, também administrado pela universidade, será equipado para as cirurgias

Para atender a grande demanda pela cirurgia bariátrica, a Unicamp pretende montar uma estrutura no Hospital Estadual de Sumaré, que também é administrado pela universidade, para realizar a operação até o final deste ano. A informação é do gastrocirurgião Elinton Adami Chaim. Hoje, 2 mil pessoas aguardam para fazer a cirurgia, sendo que o tempo de espera é de, em média, dez anos, segundo Chaim. “Realizamos duas cirurgias, em média, por semana.”

Antes de fazer a operação, o paciente precisa freqüentar, no mínimo, por dois meses um grupo de obesidade. As reuniões ocorrem sempre às quartas-feiras. Para permanecer no programa, o participante não pode faltar ao encontro e não pode empatar ou aumentar o peso em relação à sessão anterior.

Os pacientes passam por uma equipe multidisciplinar, com psicólogo, psiquiatra, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta, enfermeira e cirurgião. “Em média, os pacientes perdem 10% do peso durante os encontros”, disse Chaim. “É preciso também preparar o paciente psicologicamente para que não transfira a sua compulsão por comida por outra, como compras, bebidas alcóolicas, drogas e sexo.” Afinal de contas, a cirurgia reduz drasticamente o estômago, que passa a ter volume de 30 mililitros, quando o normal é ter três litros. A Unicamp realiza mais a cirurgia do tipo gastroplastia redutora em Y de Roux (diminui o volume do estômago e faz um desvio intestinal, ocasionando a perda de absorção de um terço do intestino).

Riscos

A cirurgia é indicada para quem tem índice de massa corporal (IMC) acima de 35 quilos por metro quadrado (veja o cálculo acima), que são pessoas com comorbidades (outros distúrbios associados, como diabetes) graves. “A cirurgia tem risco porque promove o emagrecimento através da desnutrição”, explica Chaim. “Os riscos de mortalidade é de 0,5% entre os operados e de complicações pós-operatórias, como infecção do aparelho abdominal e formação de cálculo na vesícula biliar, atinge a 30% dos pacientes.” (NB/AAN)