União contra arrastões

Jornal da Tarde - São Paulo - Quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

qua, 12/01/2005 - 10h06 | Do Portal do Governo

O Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic) pretende aproximar a polícia, profissionais da área, moradores e funcionários na prevenção a este tipo de crime na Capital

Rodrigo Pereira

Preocupada com a onda de assaltos a condomínios em São Paulo, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), representada pelo Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), procurou as entidades do setor de habitação para que elas capacitem de fato os funcionários dos edifícios, disseminem dicas de prevenção e, principalmente, para se estreitar a relação dos moradores com os policiais. ‘Há uma dificuldade muito grande da polícia em falar com os moradores, mesmo depois do assalto. É importante que a população conheça a delegacia do bairro, mantenha contato com os policiais e os delegados’, diz o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt Filho.

O Deic se uniu a entidades do setor, como o Sindicato da Habitação (Secovi-SP), para discutir as soluções. Está prevista a distribuição de cartilhas informativas e, a partir de fevereiro, policiais especializados vão ministrar cursos para funcionários de edifícios.

Bittencourt filho destaca a importância de informar à polícia sobre qualquer anormalidade observada. ‘Ao se estreitar a relação entre comunidade e polícia se fortalecem as medidas preventivas e se cria um agente multiplicador de combate ao crime.’

Para o vice-presidente de administração imobiliária e condomínios do Secovi-SP, Hubert Gebara, a situação exige ‘resguardo excessivo’, o que ele espera ser passageiro. ‘Os moradores precisam se conscientizar da importância em ter paciência de seguir as regras, respeitar os funcionários, encorajá-los quando seguem à risca o procedimento, exatamente o contrário do que fazem hoje’, diz Gebara.

O diretor do Deic diz que as quadrilhas de assalto a condomínios na verdade são formadas por alguns cabeças, egressos de outras modalidades de crime, que estudam as falhas, planejam a ação e acionam outros bandidos para o assalto.

A preocupação com a segurança afetou até o setor de seguros. Antes, a apólice de um apartamento era de até 50% do valor de uma casa. Hoje, é equivalente ao de uma residência.