Unesp terá R$ 42,6 mi para 3 novos campus

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 2 de Novembro de 2005

qui, 03/11/2005 - 11h37 | Do Portal do Governo

Lei autoriza a universidade a usar empréstimo do BNDES para as obras

Simone Iwasso

A construção de três novos campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) – em São Paulo, Franca e Rio Claro – começará a sair do papel até o fim do ano. Uma lei aprovada na Assembléia Legislativa e sancionada ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) autoriza a universidade a usar até 2007 um empréstimo de R$ 29,8 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as obras. O governo do Estado entrará com R$ 12,8 milhões, já previstos no Projeto de Lei Orçamentária de 2006. Desse modo, a construção das três unidades somará R$ 42,6 milhões.

O contrato para a liberação do dinheiro, que começou a tramitar há cinco anos, já foi assinado e o projeto dos prédios foi aprovado pelos órgãos das prefeituras. A instituição prepara agora um documento que será enviado à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), do Ministério da Fazenda, para ratificar a operação de crédito. Depois disso, serão publicados os editais para as construções, previstas para terminar em 2007.

‘Em um mês devemos ter o que falta pronto e poderemos abrir a licitação. O edital já está pronto. É um processo importante para a instituição no momento em que trabalhamos para consolidar a expansão que tivemos nos últimos anos sem perder a qualidade’, afirma o reitor da Unesp, Marcos Macari. ‘Precisamos melhorar nossa estrutura para conseguir ampliar a oferta no futuro’, diz.

MAIS VAGAS
A unidade de São Paulo será erguida em um terreno de 24 mil metros quadrados na Barra Funda. Deverá abrigar os Institutos de Artes (IA), que hoje funciona na Rua Dom Luís Lasagna, no Ipiranga, e o de Física Teórica, que está na Alameda Lorena, nos Jardins, ambos na zona sul. Além disso, é possível que se torne também a sede da reitoria, hoje em um prédio em Cerqueira César. No entanto, o local poderá ser um complexo universitário da Unesp em São Paulo, com novos cursos e vagas no futuro.

‘O governo consentiu que a universidade tomasse esse empréstimo porque entende que é um processo de melhoria das condições de ensino e pesquisa. Entendemos que é importante colaborar com a expansão e com a manutenção do que já existe’, diz Fernando Dias Menezes, secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, secretaria no Estado à qual as universidades são vinculadas. ‘Certamente, depois de pronto, haverá mais vagas. Havendo instalações adequadas, a demanda é criar novas vagas’, afirma.

Em Franca serão investidos R$ 14,3 milhões em um campus para abrigar os cursos de História, Direito e Serviço Social, que hoje funcionam em um edifício da prefeitura. O de Rio Claro receberá R$ 13,4 milhões para abrigar o Instituto Geociências e Ciências Exatas, hoje espalhados. ‘Os campus fazem parte de um projeto futuro de expansão. Nos edifícios atuais não há mais área para crescermos. É um preparo para os próximos anos’, explica o reitor.

Nos últimos cinco anos, a Unesp passou por um processo grande de expansão, que provocou críticas de parte de professores, alunos e funcionários, que reclamavam da precariedade das condições de ensino. Em quatro anos, as vagas subiram 37% – e a universidade abriu novas unidades em sete cidades do interior, muitas delas em parceria com as prefeituras, que cederam terrenos ou edifícios. Nesse período, um dos principais problemas enfrentados foi a falta de professores para alguns cursos. Hoje, a Unesp tem 33 unidades em 23 cidades. São 168 cursos de graduação e cerca de 30 mil alunos.