Unesp leva reitoria ao centro histórico de SP

Folha de S. Paulo - Quinta-feira, 7 de julho de 2005

qui, 07/07/2005 - 9h43 | Do Portal do Governo

Local, nas proximidades da praça da República, não receberá cursos; mudança deve ser concluída no início de 2006

Simone Harnik
Da Reportagem Local

A Unesp (Universidade Estadual Paulista) vai transferir sua reitoria, hoje instalada nos Jardins, na zona oeste, para um prédio no centro histórico de São Paulo. A compra do edifício, na região da praça da República, foi fechada ontem. A mudança deve estar concluída no início de 2006.

A medida se enquadra nos programas de revitalização da região, iniciados em gestões anteriores. Desde que o prefeito José Serra (PSDB) assumiu, em janeiro, ele já
anunciou a abertura de calçadões para o tráfego de carros e um estudo de isenção de impostos para empresas que vierem a ser instaladas no centro.

De acordo como subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, a mudança deverá contribuir para a recuperação do centro de São Paulo.

Porém, no novo edifício, na rua Quirino de Andrade (Consolação), não funcionarão cursos. O local vai receber somente a área administrativa, com aproximadamente 380 funcionários.

O prédio pertencia ao banco Itaú. Segundo o reitor da Unesp, Marcos Macari, o local está vazio.

‘Adquirimos esse prédio com dois objetivos. Um deles é ficarmos livres de aluguel. E o segundo é que o edifício se agregará ao patrimônio da universidade’, afirmou o reitor da Unesp.

No prédio em que a reitoria está instalada atualmente, na Alameda Santos, o aluguel mensal é de R$ 241,3 mil.

O valor de compra foi de R$ 6,69 milhões, que serão divididos em 60 parcelas mensais. A Unesp vai começar desembolsando mensalmente R$ 111,5 mil ao banco.

Para chegar ao valor final, a Unesp contratou três empresas de avaliação, que estimaram o valor do prédio em mais do que os R$ 6,69 milhões do contrato.
‘Como o valor proposta que fizemos ao banco foi menor do que o das avaliações, dispensamos a licitação para a compra do prédio’, explicou Macari.

‘Agora vamos fazer pintura do prédio, melhorar a logística. Temos que abrir licitação para isso. Estamos calculando que até dezembro estará tudo pronto’, afirmou Macari.

No edifício dos Jardins, os funcionários estão divididos em 17 andares e em uma área maior do que a do prédio comprado. Mesmo assim, o reitor acredita que não haverá problemas na mudança. ‘O que não vai acontecer nesse novo prédio é divisão de salas, com escritórios separados. Ele vai ser implantado com uma concepção moderna de gestão’, contou.

Facilidades

A futura sede da reitoria tem 12 andares, com 7.800 metros quadrados. De acordo com Macari, as condições são adequadas. ‘Como lá funcionou um centro de processamento de dados, o quarto andar tem até gerador e sistema de proteção para computadores de alto desempenho.’

O edifício tem três elevadores, ar-condicionado central e sistema de alarme de incêndio dentro das normas exigidas, com sensores contra fumaça e sistema de combate a incêndio a gás. As instalações elétricas estão em boas condições. Além disso, há monitoramento por câmeras no hall, no subsolo e nos elevadores.

A escolha da localização agradou ao subprefeito da Sé e secretário de Serviços de São Paulo, Andrea Matarazzo. ‘Sempre que você leva jovem, universitário, é movimento, é uma renovação. Acabam surgindo novos restaurantes e apartamentos ocupados no entorno’, afirmou.

Atualmente, como Macari é presidente do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (USP, Unesp e Unicamp), protestos de funcionários e docentes costumam ocorrer em frente à reitoria da Unesp.

A mudança, se houver manifestações, poderá ocasionar transtornos no trânsito da região do centro. Mesmo assim, Matarazzo avalia que a transferência da reitoria tem mais vantagens do que desvantagens.