Unesp detecta no ovo qual o cardápio da poedeira

O Estado de S.Paulo - Quarta-feira, 24 de outubro de 2007

qua, 24/10/2007 - 15h30 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

A Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Botucatu, acaba de desenvolver uma pesquisa que permite detectar, no ovo, se a ave de postura foi ou não alimentada com farinha de ossos ou de carne bovina.

Desenvolvida nos laboratórios do Centro de Isótopos Estáveis da Unesp/Botucatu, o uso desta técnica é importante, segundo a responsável pela pesquisa, Juliana Denadai, para granjas que pretendam exportar ovos para a União Européia e para o Oriente Médio. ‘O mercado externo de ovo em pó é muito promissor’, diz a pesquisadora.

LEGISLAÇÃO

A UE mudou a legislação da importação de produtos animais para prevenir o surgimento de mais casos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), ou mal-da-vaca-louca, que, acredita-se, seja transmitida ao homem por meio principalmente da ingestão da carne contaminada de animais que foram, por sua vez, alimentados por proteínas derivadas de outros animais. ‘A UE não permite que os ovos tenham qualquer relação com o rebanho de bovinos’, diz.

A pesquisadora explica que não há, porém, nenhum estudo que comprove que o consumo da ração feita com farinha de ossos e de carne bovina possa causar a doença da vaca louca nas aves. Para ela, o mercado europeu adotou a medida como prevenção, assim como outros países.

Juliana afirma que, mesmo que nada esteja comprovado, e a restrição imposta pela União Européia possa ser exagerada, o Brasil precisa de normas para a avicultura de postura em relação a este tema e espera, após a divulgação da pesquisa, um incentivo maior, ou até uma parceria do governo federal. ‘Nosso maior objetivo é auxiliar os produtores e indústrias que pretendem exportar os ovos’, diz a pesquisadora.

CONTATOS

Juliana afirma que algumas empresas já entraram em contato com o laboratório, mas há apenas especulações e nenhum contrato sobre o uso comercial da pesquisa foi firmado. A pesquisa especificamente com a farinha bovina, examinando o ovo e suas frações (gema e albúmen), começou em 2003 no Centro de Isótopos Estáveis na Unesp de Botucatu.