Uma decisão importante

Jornal da Tarde

ter, 30/03/2010 - 7h58 | Do Portal do Governo

A decisão do governo estadual de expandir a malha ferroviária para trens de passageiros, para que ela ultrapasse os limites da região metropolitana de São Paulo, é da maior importância para a melhoria do transporte coletivo nas grandes cidades do Estado. Especialmente para a megalópole que já está em formação, tendo como centro a capital paulista, e que deverá ser uma das maiores concentrações urbanas do mundo.

O primeiro passo para isso foi o Decreto n.º 55.564, baixado dia 16 pelo governador José Serra, ampliando a área geográfica de atuação da Secretaria de Transportes Metropolitanos (STM) para todo o Estado. Com isso, ela poderá desenvolver estudos e participar das políticas públicas que envolvam transporte ferroviário nas regiões metropolitanas e entre elas. Novas linhas, que serão integradas à rede da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), deverão ligar a região metropolitana de São Paulo a cidades como Campinas e Sorocaba e à região da Baixada Santista.

Lembra o secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella, que já “existe uma grande demanda nessas regiões, tanto que muitas pessoas utilizam ônibus para vir trabalhar na capital. Nosso projeto é transferi-las para os trilhos”. De fato, dados levantados entre 2004 e 2005, quando a STM fez um estudo para a ligação ferroviária entre São Paulo e Campinas, mostraram que ela atrairia 33% das pessoas que utilizavam carros para esse trajeto, 91% dos usuários de ônibus e 59% dos ônibus fretados.

Os estudos para a implantação das novas linhas deverão estar concluídos até no fim do ano para que as obras possam ser incluídas no próximo Plano Plurianual de Ações. A previsão do governo é que algumas linhas poderão estar prontas em 2014. A mais fácil de ser concluída é a ligação da capital com Sorocaba, porque já existe uma linha entre as duas cidades, desativada, mas em boas condições, que pode ser aproveitada. Para a ligação com Campinas será utilizada uma linha da CPTM até Jundiaí, com a construção do trecho restante. Finalmente, a ligação com Santos será feita, segundo Portella, até a Estação Samaritá e depois a linha será integrada ao Veículo Leve sobre Trilho (VLT) da região.

A decisão de construir essa rede de linhas ferroviárias foi bem recebida pelos especialistas em transportes, como Ailton Brasiliense, da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP). Para ele, um país como o Brasil, que está hoje entre as principais economias do mundo, tem de oferecer à população várias opções de transporte, entre as quais não pode faltar o ferroviário. Além da rapidez e do conforto que a tornam mais atraente para os passageiros, a ferrovia tem ainda a vantagem de ajudar a diminuir o congestionamento cada vez maior nas estradas.