Alckmin lança o projeto Escola da Juventude para quem trabalha e não pode freqüentar aulas nem durante o dia nem à noite
Daniela Tófoli
O Governo do Estado lança amanhã o projeto Escola da Juventude. Trata-se de um supletivo de ensino médio gratuito e com aulas nos fins de semana, para jovens de 18 a 29 anos que tenham o ensino fundamental completo. A idéia é permitir que aqueles que trabalham de dia ou à noite consigam voltar a estudar.
‘Agora ninguém mais terá desculpa para não estudar’, afirma o secretário Estadual da Educação, Gabriel Chalita. O projeto foi idealizado porque a secretaria percebeu que muitos jovens abandonavam a escola por falta de tempo durante a semana, principalmente porque precisavam trabalhar.
É o caso de Vitor Ribeiro de Amorim, de 22 anos. Ele cursou até a 8.ª série e abandonou os estudos há quatro anos. Auxiliar de escritório, ele parou de estudar porque precisava trabalhar. ‘Vou me inscrever nesse programa. Não vou perder essa oportunidade’, disse Vitor, que quer ser administrador de empresas.
O projeto Escola da Juventude começa com 30 mil vagas em 300 escolas de todo o Estado. Mas Chalita garante que, se houver mais inscrições, todos serão atendidos. ‘Se precisar, abriremos outras turmas.’ Não há dados precisos sobre o número de jovens e adultos do Estado que não fizeram o ensino médio.
De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pelas estatísticas, em 2002, o número de formandos na 8.ª série do ensino fundamental foi de 673.820. No mesmo ano, 507.995 concluíram o ensino médio. Assim, 165.825 alunos abandonaram a escola no Estado de São Paulo.
O projeto, que será lançado oficialmente amanhã pelo governador Geraldo Alckmin e pelo secretário, pretende formar os estudantes em um ano e meio. O curso será dividido em três tipos de atividade: as curriculares presenciais, com aulas das disciplinas tradicionais, aos sábados e domingos; as de inclusão digital, que também ocorrem nos fins de semana; e as individuais, durante a semana.
‘Usaremos as novas tecnologias da informação para acelerar a aprendizagem’, conta Chalita. ‘Alguns parceiros nos ajudaram com o desenvolvimento de softwares, por exemplo.’ Laboratórios de informática, salas de vídeos e um portal na internet serão utilizados nas aulas.
ALUNO-PROFESSOR
Os parceiros também são responsáveis pela contratação dos professores e orientadores, mas ainda não estão definidas as datas para a seleção.
As disciplinas formais, como geografia, química e matemática, serão dadas por estudantes do último ano da graduação de cursos de licenciatura. ‘Assim conseguiremos dar chance para os jovens professores. Eles terão contato com a prática e estarão mais bem preparados para a carreira no magistério’, acredita o secretário.
O curso terá três módulos, cada um com duração de seis meses. A avaliação será contínua, com provas bimestrais e um exame para a conclusão do módulo no fim do semestre. O diploma do ensino médio será concedido após a aprovação em todos os módulos.
Para saber quais são as escolas participantes, é preciso ligar para o 0800-770-0012. As inscrições serão feitas de 2 e 28 de fevereiro e as aulas devem começar em 5 de março.
