Acordo prevê construção de ligação de 18,4 km, com ônibus partindo do Tucuruvi e integrados a trem expresso para aeroporto
Iuri Pitta
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e a prefeitura de Guarulhos, na Grande São Paulo, assinaram este mês um termo de cooperação que pode levar às ruas um conceito diferente de corredor de ônibus. A expectativa é de que, até o começo de 2006, possa ter início a instalação do Transporte Expresso Urbano (TEU) entre os bairros do Tucuruvi, zona norte da capital, e de Taboão, em Guarulhos – uma obra com duração prevista de dois anos e custo estimado em R$ 558 milhões. A Prefeitura de São Paulo também será convidada a participar do projeto.
Segundo projeto preliminar da EMTU, o corredor terá 18,4 quilômetros de extensão, da Estação Tucuruvi do metrô até a Praça 8 de Dezembro, na região do Taboão, passando pela Vila Galvão e pelo centro de Guarulhos. Essa ligação deve transportar, diariamente, 180 mil passageiros e passará perto do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica.
‘O corredor vai potencializar e alimentar o futuro trem expresso (que ligará o aeroporto ao Terminal Barra Funda, na capital)’, explica o presidente da empresa, Joaquim Lopes. ‘Ele permitirá uma reorganização das linhas intermunicipais entre São Paulo e Guarulhos.’
A obra está dividida em cinco fases, que podem ser tocadas simultaneamente ou por partes. Vai depender da vontade política e das condições orçamentárias do governo estadual e das prefeituras envolvidas.
Em Guarulhos, as transformações prometem ser significativas. ‘O corredor vai ser integrado à futura rodoviária, no Parque Cepac, e ao trem expresso’, diz a secretária de Transportes e Trânsito de Guarulhos, Patrícia Veras.
CASAMENTO
O diferencial do projeto, lembra a secretária, é o conceito TEU, desenvolvido pela Associação Nacional de Transporte Público (ANTP). ‘Fizemos o papel do juiz de paz e selamos a união dos ‘noivos’ Guarulhos e EMTU’, compara o vice-presidente da ANTP e consultor do TEU, Claudio de Senna Frederico, ex-secretário de Estado de Transportes Metropolitanos. ‘Agora, nosso papel é, a partir do projeto técnico do TEU, trabalhar com as prefeituras para que as melhorias urbanas também ocorram.’
No que depender da secretária de Guarulhos, essa idéia já foi comprada. ‘O corredor tem de servir como fator de qualificação urbana, e não degradação’, considera Patrícia.
Para isso, estão previstas melhorias nas calçadas e na iluminação pública e uso de veículos com emissão de gás e ruído menor do que os convencionais. Nos locais das paradas, para evitar a formação de filas de ônibus e obter ganho de tempo, haverá duas faixas para os coletivos, e não apenas uma, como no resto do corredor.
INTEGRAÇÃO
Além do cuidado ambiental, o projeto do TEU prevê veículos equipados com bilhetagem eletrônica. Isso permitirá, no futuro, a integração com outros sistemas de transporte, como os ônibus municipais de Guarulhos e São Paulo e o metrô. Como isso será feito, porém, dependerá de estudos técnicos no futuro. A São Paulo Transportes (SPTrans), empresa responsável pelo transporte público na capital, já foi consultada sobre o projeto pela EMTU.
O corredor Tucuruvi-Guarulhos faz parte de um plano maior da EMTU, que pretende criar uma espécie de rodoanel do transporte público na região metropolitana. O objetivo futuro é ligar essa via à Avenida Jacu-Pêssego, na zona leste da capital, que receberia um novo corredor de ônibus metropolitano. Essa via, por sua vez, será ligada ao corredor metropolitano do ABC, acesso das cidades daquela região à zona sul da capital.
