Um alento na luta contra o crime

Jornal da Tarde - Segunda-feira, 23 de fevereiro de 2004

seg, 23/02/2004 - 11h52 | Do Portal do Governo

Editorial

Um ano e meio depois de implantado, o modelo de policiamento comunitário da Avenida Paulista é um caso de êxito do qual felizmente as autoridades parecem dispostas a tirar as lições. Ele reúne os ingredientes que fazem a felicidade de todos os governantes: ótimos resultados, baixo custo – por causa da parceria entre o governo e a iniciativa privada – e apoio da população.

Assustados, como todos os que freqüentam a região, com os altos índices de criminalidade na Paulista e imediações, os empresários e líderes comunitários reunidos na Associação Paulista Viva formaram um parceria com a Polícia Militar para evitar que a avenida-símbolo de São Paulo mergulhasse no mesmo processo de degradação urbana que atingiu o centro e só recentemente, à custa de importantes investimentos, começou a ser revertido.

Concluíram que o modelo apropriado para enfrentar a situação era o policiamento comunitário. Os empresários compraram cabines – colocadas em pontos estratégicos da avenida e do alto das quais é possível detectar melhor e mais rapidamente os movimentos dos bandidos – para abrigar os policiais escolhidos para a missão pela PM.

A instalação das primeiras 15 cabines em setembro de 2002 aumentou bastante a eficiência do policiamento na avenida e, como era previsível, os bandidos migraram logo para as ruas próximas, em especial para a Alameda Santos e a Rua São Carlos do Pinhal. Com a instalação sucessiva de mais dois lotes de cabines – um de 16 e outro de 11, totalizando 42 -, além de dois trailers de policiamento comunitário da PM nos pontos extremos da avenida, que funcionam 24 horas por dia com 21 homens, apertou-se o cerco também nesses locais aos ladrões, trombadinhas e estelionatários.

Os resultados atestam o êxito da experiência.

Alguns crimes mais graves, como os homicídios, foram reduzidos em 100%. As infrações cometidas por menores, em geral roubos de carteiras, pastas e bolsas, diminuíram 52%, e o estelionato caiu 31%. E para melhorar ainda mais a ação da polícia a Associação Paulista Viva financiou também a interligação das unidades da PM por moderna rede de comunicação. Completa o quadro a ativa colaboração da população com a polícia na região.

É bem-vinda, portanto, a decisão do governo de repetir a experiência no centro, com a instalação de 200 cabines no Anhangabaú, Praças da República e da Luz e ruas de Santa Cecília. E numa segunda etapa em Pinheiros e na Lapa e em cidades como Campinas e Guarulhos. Experiências como esta são um alento na luta contra o crime.