TV Cultura de roupa nova

Revista Isto É - Domingo, 11 de maio de 2008.

dom, 11/05/2008 - 11h33 | Do Portal do Governo

Isto É

Ao longo de seus 48 anos de existência, a TV Cultura preservou o seguinte slogan, de conteúdo mais político, menos mercadológico: Cada Vez mais Pública. Muda agora para Cultura, a TV que Faz Bem.

Mantida pela Fundação Padre Anchieta, presidida pelo jornalista Paulo Markun e ligada ao governo de São Paulo, a emissora altera seu lema publicitário em conseqüência da guinada que dá para modernizar a sua programação rumo à competição com outros canais. Ela continua sendo estatal, mas, daqui para a frente, entra na guerra do Ibope como se fosse uma empresa privada. Prova disso é que desde a segunda- feira 5 já está atravessando 24 horas no ar com filmes e noticiários na madrugada – bem diferente dos tempos em que encerrava as transmissões à uma e meia e voltava a operar às seis horas da manhã. Essa é apenas uma das mudanças a refletir o leque de alterações: são 18 programas novos, além da reformulação das demais atrações famosas, que ganharam cenários e acabamento mais modernos.

O investimento total, até agora, é de R$ 19 milhões. “Essa é a mais profunda transformação na grade da emissora. É um banho de loja geral”, diz o jornalista Gabriel Priolli, coordenador dos núcleos de conteúdo e qualidade. 

A roupagem nova se estende aos quadros profissionais. Entre aqueles que desembarcam na Cultura estão, por exemplo, a jornalista Lillian Witte Fibe, agora âncora do tradicional programa de entrevistas Roda Vida, e o ator Marcos Palmeira, apresentador do novo dominical A’UWE – atração que exibirá documentários sobre índios, feitos pelos próprios índios.

O músico Rappin’Hood está à frente do semanal de auditório Manos e minas, que trata do comportamento na periferia das grandes cidades, e Domingas Person é a apresentadora do Metrópolis, que completa 20 anos no ar. Eis algumas das principais apostas, mas tem mais: ela vai estrear um reality show ecológico, o ECO prático, e o seriado teen Tudo que é sólido pode derreter, espécie de Confissões de adolescente (década de 90), adaptado aos dias de hoje.

A reestruturação foca sobretudo dois públicos, o adolescente e aquele que tem entre 20 e 45 anos – sem se descuidar, é claro, das crianças, às quais vem dedicando cerca de 12 horas de sua grade diária. O confronto direto na briga pela audiência (ela tinha em média 4 pontos no Ibope) será com a Rede TV!, Rede Record e Rede Bandeirantes. “É uma briga de cachorro grande e nós queremos entrar nela”, diz Priolli.

C.M.