Jornal Nacional
A polícia de São Paulo suspeita que três PMs estejam ligados ao assassinato de um coronel da corporação e a uma chacina cometida na semana passada. Os três foram presos ontem à noite por causa de um terceiro crime.
A polícia de São Paulo suspeita que três PMs estejam ligados ao assassinato de um coronel da corporação e a uma chacina cometida na semana passada. Os três foram presos ontem à noite por causa de um terceiro crime.
Escondidos debaixo de toalhas e casacos, policiais militares. São dois sargentos e um soldado que foram presos nesta sexta-feira à noite acusados de uma tentativa e de um assassinato, em setembro do ano passado, na Vila Brasilândia, Zona Norte de São Paulo.
De acordo com o departamento de homicídios os PMs tentaram extorquir dinheiro de um traficante. Ele se recusou a pagar. E antes de ser preso quase foi morto.
A mãe do traficante ameaçou denunciar a extorsão e acabou assassinada, duas semanas depois, com tiros na cabeça.
Os matadores usaram uma moto modelo Falcon, cor preta e uma arma – uma pistola semi-automática 380.
Uma moto do mesmo tipo e uma arma do mesmo modelo foram utilizadas, na semana passada, para matar o coronel José Hermínio Rodrigues, que andava de bicicleta. Ele era comandante do policiamento na Zona Norte de São Paulo e chefe dos policiais militares, presos ontem.
José Hermínio Rodrigues combatia grupos de extermínio, especialmente os que tinham participação de PMs.
Um dia depois da morte do coronel, sete pessoas morreram em uma chacina, também na Zona Norte de São Paulo. Os assassinos usavam uma moto escura e entre as armas havia uma pistola 380, entre outras armas.
O delegado que comenda as investigações suspeita que os policiais militares presos ontem, acusados de matar a mãe de um traficante, teriam participado da chacina e da morte do coronel.
“Não quer dizer que são os mesmos autores. Mas quer dizer, para polícia, que existe um caminho, um sinal apontando”, disse o delegado Marcos Carneiro.
Tão importante quanto as prisões dos PMs foram as apreensões feitas nas casas deles. Os investigadores encontraram uma moto Falcon, de cor preta, o mesmo modelo utilizado nos assassinatos. E também três armas. Entre elas, uma pistola semi-automática 308, o tipo usado em todos os crimes.
A perícia que vai dizer se os tiros que mataram quase dez pessoas saíram da arma apreendida fica pronta em até 30 dias. Enquanto isso, a investigação tenta provar a existência de policiais assassinos, em São Paulo.
“O crime cometido por policial é pior que o crime cometido pelo bandido. O bandido é regra do jogo, ta lá. Policial não, é pago para combater o crime”, afirmou o delegado.
