Tratar câncer ficou mais rápido

Jornal da Tarde - Segunda-feira, 26 de março de 2007

seg, 26/03/2007 - 11h30 | Do Portal do Governo

Do Jornal da Tarde

Na maioria das unidades de atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), uma paciente chega a esperar mais de seis meses para descobrir se está ou não com câncer de mama. Neste período, um tumor pode triplicar de tamanho e se tornar praticamente incurável.

Para tentar amenizar o problema, a Secretaria de Estado da Saúde modificou, desde agosto de 2005, o atendimento do Hospital Pérola Byington, onde os exames são feitos no mesmo dia em que a paciente chega ao hospital. A agilidade no processo reduziu em 19% a mortalidade das mulheres diagnosticadas, conforme explicou o diretor Luiz Henrique Gebrim.

“Antes, demorava três meses para marcar consulta. Hoje, a paciente é atendida no dia e, se necessário, em duas ou três semanas é operada ou faz a quimioterapia”, disse Gebrim. Segundo o diretor, a agilidade no processo é indispensável para a redução da mortalidade por câncer de mama.

Depois de esperar mais de seis meses com dores na mama esquerda, a empregada doméstica Roberta Alves da Silva, de 42 anos, moradora de Itapecerica da Serra, foi encaminhada, pelo Hospital Geral da cidade, para o Pérola Byington. Anteontem, ela foi ao hospital, fez biópsia (exame que identifica se determinado tumor é maligno ou benigno) e descobriu que está com câncer. “Fui ao posto de saúde da minha cidade, mas demorei para ser atendida. Tive de esperar mais de 40 dias para ser encaminhada ao hospital de Itapecerica, onde fiz a mamografia”, revelou.

A notícia da doença foi dada à Roberta pelos médicos. É necessária a confirmação do diagnóstico pelo resultado da biópsia, daqui a 15 dias, para o início do tratamento, que deve ser a quimioterapia. “Espero que isso não aconteça com mais ninguém”, desabafou. Desde o início do projeto, mais de 13 mil primeiras consultas foram realizadas no hospital, quase 90 casos por dia. Desses atendimentos, cerca de 900 pacientes foram diagnosticadas com câncer, mais ou menos 7% do total.

O tumor de Roberta está em estado avançado (maior de 5 cm). A possibilidade de cura é de 20%. Quando diagnosticado em estado inicial (até 2 cm), as chances de cura são de 70%. Cerca de 70% dos tumores identificados no Pérola Byington estão no início.

A proporção é a inversa da verificada no País, com 60% dos tumores de mama avançados. Cerca de 40% das pacientes encaminhadas ao hospital vêm de outros Estados.