Tietê: convênio cuidará de margens

O Estado de S.Paulo - segunda-feira, 20 de março de 2006

seg, 20/03/2006 - 12h28 | Do Portal do Governo

Após a conclusão das obras de rebaixamento da calha, governo assina contratos para cuidar do leito do rio

Silvia Amorim

Adriana Carranca

O governador Geraldo Alckmin assinou ontem na festa de entrega das obras do Rio Tietê um convênio com quatro empresas do governo do Estado – Sabesp, Nossa Caixa, Cetesb e Cesp – para a manutenção dos 50 quilômetros de jardim plantado ao longo do rio. Alckmin, que deixa o cargo no fim do mês para disputar a Presidência da República, também autorizou a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos a iniciar os estudos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) para ajudar na manutenção das obras de rebaixamento da calha do Tietê. “A manutenção já começa imediatamente. Começamos com quatro empresas do governo e pretendemos ampliar com a iniciativa privada”, discursou o governador.

A limpeza regular do leito e das margens do rio é fundamental para impedir que a areia e o lixo trazidos pela chuva voltem a se acumular no Tietê, o que comprometeria todo o trabalho dos últimos anos para reduzir os riscos de transbordamento.

Durante quatro anos de obras, as máquinas responsáveis pelo rebaixamento da calha do rio retiraram de suas águas 15 toneladas de lixo por dia. Sem a remoção do entulho seria impossível realizar o serviço. “O Tietê é o ralo da cidade”, diz Mauro Arce, secretário de Recursos Hídricos. Segundo a secretaria, barcaças vão circular pelos 25 quilômetros do trecho urbano do Tietê dragando e levando dejetos para aterros sanitários.

Alckmin fez questão de dividir os louros da obra com os falecidos Franco Montoro e Mário Covas. “O Montoro está feliz. O Mário Covas é o iniciador e responsável por essa grande obra”, disse, no discurso.

Arce foi cuidadoso, apesar do clima de euforia da inauguração, quanto à questão das inundações. “É uma obra muito importante e, eu diria, que é mínima a probabilidade de transbordamentos. Mas não podemos dizer que isso nunca mais vai acontecer. Quem disser isso pode queimar a língua.” A obra aumentou em 60% a capacidade de escoamento do rio.

A próxima empreitada, disse Alckmin, é a despoluição do Tietê e do Pinheiros. Cerca de 300 mil ligações de esgoto serão feitas na região do Pinheiros. Ele também anunciou investimento de R$ 1 bilhão em saneamento no litoral, para o segundo semestre. A comemoração pela entrega da obra reuniu cerca de 500 pessoas na altura do Cebolão e foi regada a pastel e jaboticaba – preferências de Covas. Participaram prefeitos da região metropolitana, secretários, vereadores, deputados, representantes do banco japonês, principal financiador da obra, e ambientalistas.

O prefeito José Serra também citou projetos da Prefeitura para a Marginal do Tietê. Nova pista pedagiada – ainda em fase de estudo – e recapeamento até junho de todas as alças de acesso às pontes.