Tecnologia é arma contra o crime

Vale Paraibano - Domingo, dia 12 de novembro de 2006

dom, 12/11/2006 - 17h13 | Do Portal do Governo

Polícias Civil e Militar do Vale do Paraíba utilizam novos recursos que permitem rastrear e identificar bandidos

Guilhermo Codazzi da Costa

São José dos Campos

O sequestrador telefona ao pai da vítima. Ele atende. Em um tom ameaçador, o criminoso exige que seja pago o resgate ou a refém será morta. A polícia grava a conversa. A voz é inserida no computador e em poucos segundos, por meio de uma análise do timbre, a polícia têm a identidade do sequestrador, com foto, impressão digital e demais dados.

A situação descrita, apesar de fictícia, está próxima da realidade do Vale do Paraíba. As polícias Civil e Militar da região apostam na tecnologia de ponta para combater de forma eficiente a criminalidade — inclusive o crime organizado. Algumas ‘armas’ parecem ter saído de um filme do 007, serem de autoria do criativo inventor ‘Q’.

O combate às facções criminosas, principalmente o PCC (Primeiro Comando da Capital), é um dos alvo das inovações. A tecnologia é usada para rastrear, monitorar e identificar ‘irmãos’ [membros da quadrilha].

No caso da Polícia Civil, estão à disposição os sistemas Phoenix, Guardião e Ômega, além do RDO (Registro Digital de Ocorrências), de máquinas para a elaboração de retratos-falados e do acesso aos dados do Infocrim. “Podemos nos antecipar aos criminosos”, disse o diretor da Polícia Civil na região, Waldomiro Bueno Filho, anteontem.

Além de auxiliar os policiais, os avanços tecnológicos contribuem para que o fortalecimento das provas – de acordo com o diretor. “Com o RDO eu posso saber de uma ocorrência em Andradina ou em qualquer outra parte do Estado, em tempo real. Faltam poucos municípios [da região] a serem integrados. Os distritos têm máquinas [fotográficas] digitais”.

TECNOLOGIA – Os sistemas permitem o acesso rápido a dados a respeito de um criminoso, arma ou veículo.

O Phoenix, fabricado na Itália, está em operação nas seccionais de Jacareí e São José desde o início do ano. É uma cadeira, que possibilita registrar informações como a voz, fotos, sinais pessoais e outras informações de uma pessoa. Os duas cidades têm máquinas de retrato-falado digital, capazes de elaborar três formas diferentes de retratos-falados.

O Guardião é utilizado para monitoramento telefônico e o Ômega para cruzar informações pertencentes a bancos de dados variados. A Polícia Civil pediu que não fossem divulgados detalhes sobre o funcionamento dos dois sistemas de inteligência.

POLICIAMENTO – A PM, além do acesso ao Fotocrim (banco de dados, com fotos, marcas corporais e informações sobre a vida dos 300 mil cadastrados no sistema), tem o Copom on-line e o rádio digital.

Os rádios digitais, implantados em São José em 2004 de forma pioneira, impedem que criminosos ouçam a frequência utilizada pela polícia. Em 2007, segundo o comando da PM, policiais de toda a região devem ter acesso aos rádios. O Copom on-line permite à PM acompanhar a evolução da criminalidade.

“Se o capitão de uma companhia quer saber que ruas do setor têm registrado mais ocorrências, por exemplo roubo de veículo, ele recebe a informação na hora”, explicou o comandante da PM na região, Sérgio Teixeira Alves.