Teatro histórico de Santos reabre em 2004

Folha de S. Paulo - Quinta-feira, 18 de dezembro de 2003

qui, 18/12/2003 - 10h08 | Do Portal do Governo

Sai verba para obra no Coliseu, que já abrigou espetáculos internacionais, mas chegou a ter shows eróticos antes da reforma

Fausto Siqueira, da Agência Folha, em Santos

Depois de mais de oito anos de obras, uma injeção de R$ 4 milhões deverá resultar na conclusão, até a metade do próximo ano, da restauração completa do teatro Coliseu, jóia do patrimônio histórico de Santos, principal cidade do litoral paulista.

O anúncio da liberação da verba para a conclusão do teatro foi feito ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), durante visita às instalações do Coliseu.

Aberto em 1924, o teatro, que já recebeu artistas como Sérgio Cardoso, Cacilda Becker, Villa-Lobos, Procópio Ferreira, Carmen Miranda e o bailarino russo Vaslav Nijinski, precisa basicamente de acabamento e mobiliário. A obra já recuperou palco, foyer, camarotes, afrescos e pintura.

Com o repasse de R$ 4 milhões, o Estado terá aplicado R$ 16 milhões na obra. A restauração da Sala São Paulo, que abriga a Orquestra Sinfônica do Estado, custou R$ 45 milhões, disse Alckmin.

O Coliseu não funciona como teatro desde os anos 70, período em que o centro de Santos começou a viver um processo de decadência. Desde então, farmácia, gráfica e restaurante funcionaram nas dependências do prédio, que também serviu para a exibição de shows eróticos e filmes pornôs.

Só em 1992 ele foi declarado de utilidade pública, pela então prefeita Telma de Souza (PT), o que permitiu a desapropriação no ano seguinte, já na gestão David Capistrano (PT). Hoje, a obra integra-se às iniciativas de revitalização do centro histórico da cidade.

Embora o Estado tenha financiado a recuperação, a administração do teatro caberá à prefeitura, por meio da criação de uma Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), segundo informou o secretário municipal da Cultura, Carlos Pinto. Segundo ele, o Coliseu será transformado em sede da Orquestra Sinfônica de Santos, do balé e do coral municipais. ‘Se prevalecer o que penso, o Coliseu será uma casa exclusiva para concertos, espetáculos de dança e ópera.’

Em um prédio anexo, deverá se instalar uma escola de formação de músicos para a orquestra.