Tarifa vai cair em 13 praças de pedágio do Estado

O Estado de São Paulo - Quinta-feira, dia 22 de junho de 2006

qui, 22/06/2006 - 11h43 | Do Portal do Governo

Redução inédita vale a partir do dia 1.º e vai variar entre R$ 0,10 e R$ 0,20; Artesp divulga tabela hoje

Mauro Mug

A partir do dia 1º, pela primeira vez em sete anos, o valor da tarifa de 13 das 79 praças de pedágio instaladas nos 3.500 quilômetros de rodovias paulistas privatizadas vai cair – a redução vai variar de R$ 0,10 a R$ 0,20. Nas outras 66 será mantido o preço atual. A tabela com os novos valores será divulgada hoje pela Agência de Transporte do Estado (Artesp).

Uma das maiores reduções ocorrerá no Sistema Anchieta-Imigrantes. Lá, a tarifa passará de R$ 14,80 para R$ 14,60. “Não é um redução gigantesca, mas significativa”, disse o diretor-geral da Artesp Ulisses Carraro. “A queda será de R$ 0,20 porque a tarifa do sistema é a mais alta. Isso em virtude de o trecho de estrada entre as praças ser longo e o pedágio, cobrado de uma só vez para os dois sentidos”, afirmou.

A queda inédita ocorreu porque o índice inflacionário empregado pela Artesp para calcular o reajuste anual registrou variação negativa. O acumulado do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) entre junho de 2005 a maio deste ano foi de menos 0,33%, no cálculo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Outra redução “significativa”, para usar a definição de Carraro, ocorrerá na praça de Itapevi da Rodovia Castelo Branco, onde o pedágio cairá de R$ 9,40 para R$ 9,20. “Na Marginal pedagiada da Castelo não haverá alterações.” Será mantido o desconto progressivo para o motorista que utilizar a rodovia com freqüência. “A tarifa real da Marginal é de R$ 6,50, mas a concessionária reduziu para R$ 5,40 e quem passar pela estrada por 40 vezes pagará R$ 2,70”, afirmou.

No Sistema Anhangüera-Bandeirantes, a tarifa do pedágio de Valinhos, na Via Anhangüera, e o de Itupeva, na Bandeirantes, vai passar de R$ 5,10 para R$ 5,00. O diretor da Artesp disse que o pedágio das outras praças foi mantido porque, no reajuste feito em 2005, o valor foi arredondado para baixo.

Indagado sobre se alguma das 12 concessionárias reclamou porque este ano não haverá aumento, Carraro respondeu: “Quando os reajustes eram a favor das empresas, nós bancamos. Agora as concessionárias não podem chiar. Faz parte do jogo.” A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) afirmou ontem que o uso do índice está previsto em contrato e a redução será respeitada.

O maior reajuste anual de tarifa registrado no Estado ocorreu em 2002, quando o índice chegou a 31%. Um porcentual tão alto que foi dividido em duas parcelas: 24% em julho daquele ano e o restante em janeiro de 2003.

O cálculo das taxas é feito utilizando-se o conceito de tarifa quilométrica, que tem como base um valor fixo por quilômetro, determinado pelo Estado. A variação depende da extensão percorrida, da categoria das rodovias e dos veículos. As rodovias concedidas foram classificadas em três categorias: sistema rodoviário (rodovias paralelas, ambas com pista dupla, canteiro ou barreira central); estradas de pista dupla (com canteiro central, barreira física ou visual) e de pista simples (uma faixa por sentido).

“A existência de vários pedágios em uma mesma rodovia não implica aumento do valor a ser pago, mas sim no fracionamento do valor total”, disse Carraro. Para a Artesp, esse fracionamento garante que o motorista pague um valor proporcional ao trecho percorrido.