Suely Vilela, a primeira reitora da história da USP

Jornal da Tarde - Quinta-feira, 24 de novembro de 2005

qui, 24/11/2005 - 11h20 | Do Portal do Governo

RENATA CAFARDO

Seu nome foi anunciado pelo governador Alckmin, que considera o resultado da eleição um grande passo
para as mulheres

O governador Geraldo Alckmin anunciou ontem o nome da farmacêutica Suely Vilela, de 51 anos, como a primeira reitora da história da Universidade de São Paulo USP. ‘Ela foi a mais votada, tem um currículo muito bom e tenho certeza de que vai desempenhar um bom papel’, disse.

A nova reitora foi chamada ao Palácio dos Bandeirantes para ser comunicada pessoalmente da escolha, mas a cerimônia de posse será sábado. Para Alckmin, a eleição de Suely significa mais um grande passo para as mulheres.

Ao constatar o ineditismo de sua eleição, logo após a contagem dos votos que a colocou em primeira na lista tríplice, falou em ‘mudança de paradigma’. Depois, lembrou seu trabalho na pró-reitoria de pós-graduação, sua propensão ao diálogo, e outras possíveis credenciais que a levaram à vitória. Então, chorou.

Seus opositores gostam de dizer que Suely foi eleita pelo chamado baixo clero da USP. Ela não teve o apoio maciço de grandes faculdades, como a de Direito, do Largo de São Francisco, no Centro. Foi favorecida pela composição do segundo turno, em que todas as unidades têm direito a um mesmo número de votos. Mas teve o maior apoio de todos: o do atual reitor Adolpho José Melfi.

‘A gente torcia, mas fiquei surpresa porque ela era a única mulher na disputa e a universidade ainda é conservadora’, comemora a diretora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto e amiga há mais de 30 anos de Suely, Maria de Lourdes Pires Bianchi. Ela dirige hoje a unidade em que as duas ingressaram na USP nos anos 70 e ocupa o cargo que foi da nova reitora nos anos 90.

Nascida numa fazenda em Ilicínea, Minas, em 22 de fevereiro de 1954, Suely mudou-se ainda criança para Franca. Já farmacêutica, ela então motivou a família a mudar de novo – para Ribeirão. ‘Só trabalhei depois de formada, já como professora’, diz. ‘Também nunca aprendi a cozinhar. Não gosto e não tenho tempo.’