Área de mata atlântica fica às margens do Rodoanel; decreto sai ainda este mês
Os moradores da Grande São Paulo vão ganhar um megaparque com 1,5 milhão de metros quadrados, numa área que fica na divisa de cinco municípios. O decreto para a transformação da área verde, que inclui remanescentes de mata atlântica, deve ser assinado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) até o fim deste mês.
O terreno entre São Paulo, Embu, Cotia, Taboão da Serra e Osasco pertence à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) desde 2001 e chegou a ser cedido à Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Codasp) para a construção de uma central de abastecimento, que previa até a instalação de uma central nos moldes da Ceagesp. Mas o Ministério Público entrou em ação e conseguiu barrar na Justiça, em 2002, a fragmentação do terreno, que agora vai virar parque estadual.
OLARIAS
O trecho de mata atlântica secundária – o verde havia sido destruído por olarias e plantações, mas se refez e agora está em estágio avançado de recuperação – integrava a antiga Fazenda Tizo e fica às margens do Rodoanel, na altura do km 26, entre as Rodovias Raposo Tavares e Régis Bittencourt.
O parque que será aberto na antiga fazenda tem 400 mil metros quadrados a mais que o Parque do Ibirapuera, na zona sul da capital. “Foram quatro anos de luta”, disse o biólogo Renê Costa, que participou da campanha pela preservação da mata e criação do parque. “Agora existe um compromisso público e não há como voltar atrás.”