SP terá 10 metas para ensino básico

Estado de S.Paulo - Terça-feira, 21 de agosto de 2007

ter, 21/08/2007 - 16h35 | Do Portal do Governo

Estado de S.Paulo

O governador do Estado, José Serra, lançou ontem um plano de metas e ações para a educação pública paulista, que inclui melhora no desempenho dos alunos em avaliações e diminuição das taxas de reprovação. O programa segue linha semelhante ao Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), divulgado pelo governo federal em março. Algumas das metas – como a plena alfabetização das crianças até 8 anos de idade – são as mesmas.

Para atingir os objetivos propostos, a secretaria de Educação terá um plano que premia as escolas que mais melhorarem o desempenho de seus estudantes e sua gestão, como o Estado adiantou na edição de ontem. O Ministério da Educação (MEC) também lançou com o PDE o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que repassará verbas federais conforme o desempenho da escola. O objetivo traçado para as escolas brasileiras é chegar à nota 6 no Ideb até 2022 – atualmente a média no País é 4. O governo estadual estuda como a meta paulista será determinada numericamente.

A secretária estadual de Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que sempre elogiou o PDE federal, mas que o plano estadual é mais focado na educação básica. Para a educadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Ana Lúcia Guedes Pinto, a vantagem do PDE em relação ao plano do Estado é que o prazo para o alcance das metas é mais longo – 2022 contra 2010, respectivamente. “Educação não é economia, em que as coisas acontecem rápido, mas é um processo que se dá a longo prazo”, diz.

O especialista do Ibmec São Paulo Naércio Menezes Filho se diz favorável à implantação de metas para a Educação, desde que sejam criadas medidas objetivas para alcançá-las, como por exemplo, um sistema de avaliação por desempenho dos profissionais. “As pessoas respondem bem a incentivos, se desafiam mais para atingir resultados”, acredita.

VERBAS

“O futuro de São Paulo depende da educação”, disse o governador durante a divulgação do plano. No início do evento de ontem, Serra chegou a anunciar R$ 25 bilhões a mais para a área nos próximos quatro anos, mas o valor foi retificado por ele mesmo mais tarde. O acréscimo deverá ser de R$ 9 bilhões, caso se confirmem as previsões de aumento de arrecadação.

O governador ainda destacou que São Paulo tem os melhores índices do País em quantidade de crianças e adolescentes nas escolas, mas que é preciso melhorar a qualidade. Uma das metas é o aumento de 10% nos índices de desempenho dos alunos dos ensinos fundamental e médio em avaliações como o Saresp – feito pelo Estado – e Saeb – feito pelo governo federal.

Outra medida, também adiantada pelo Estado, é a mudança curricular no ensino médio. Os alunos do curso noturno passarão a ter a possibilidade de receber um certificado técnico em administração, num programa que será feito em parceria com o Centro Paula Souza.

A professora Ana Maria Takahashi, que dá aulas no período noturno na EE Gonçalves Dias, na zona norte, gostou da proposta. “Nem todos os alunos têm como meta a universidade.” Para ela, a opção deveria ser estendida ao período diurno, ao qual o Estado vai oferecer cursos de línguas e de informática.

FOCOS

>Todos os alunos de 8 anos alfabetizados até 2010: Haverá dois professores em cada sala de aula e materiais didáticos específicos para alfabetização

>Redução de 50% das taxas de reprovação na 8.ª série: A repetência tem subido nos
últimos anos no Estado; hoje o índice é de 17% na 8.ª série

>Redução de 50% nas taxas de reprovação do ensino médio: Hoje o índice é de 26% de
repetência. O governo vai incluir habilitações técnicas na grade

>Implantação de programas de recuperação da aprendizagem: Hoje quase não existe reforço nas escolas. A idéia é contratar tutores ou monitores para fazer isso

>Atendimento de 100% da demanda de jovens e adultos no ensino médio com currículo
profissionalizante: Haverá aulas presenciais e a distância

>Desempenho 10% melhor dos alunos nas avaliações nacionais e estaduais: O governo vai determinar expectativas de aprendizagem para cada série

>Ensino fundamental de 9 anos e municipalização da oferta da 1.ª a 4.ª série: Não há prazo ainda para o aumento na rede do número de anos do fundamental

>Formação continuada dos professores com uso de tecnologias de informação: Os cursos levarão em conta resultado de avaliações externas

>Descentralização e/ou municipalização da merenda: Há 30 municípios do Estado que ainda centralizam a alimentação escolar na Secretaria Estadual

>Programa de obras e infra-estrutura física: Construção de 74 unidades, reforma de 77 escolas e cobertura de quadras esportivas