SP tem saldo de US$ 3,53 bi em 2002

Gazeta Mercantil - 29/1/2003

qua, 29/01/2003 - 10h39 | Do Portal do Governo

O valor representa crescimento de 33,6% em relação ao superávit registrado no ano anterior. O saldo da balança do agronegócio paulista atingiu US$ 3,53 bilhões em 2002, um crescimento de 33,6% em relação ao superávit registrado no ano anterior, que havia sido de US$ 2,64 bilhões. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pelo IEA (Instituto de Economia Agrícola), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. O suco de laranja e a carne bovina foram os principais destaques, ao apresentar crescimento de 21,1% e 30,5%, respectivamente Os embarques do agronegócio paulista somaram US$ 6,54 bilhões, o que representa uma alta de 5,5% em relação ao valor de 2001 – que foi de US$ 6,20 bilhões -, enquanto os gastos com as importações agropecuárias caíram 15,2%, para US$ 3,01 bilhões, sobre o resultado do ano anterior, quando foram registradas entradas de US$ 3,55 bilhões.

A participação dos embarques do agronegócio paulista no total das exportações do Estado (US$ 20,11 bilhões) registrou um aumento de 2,47 pontos percentuais em 2002, saltando de 30,04% em 2001 para 32,51% no ano passado, sempre de acordo com os números levantados pelo IEA.

A balança comercial do agronegócio brasileiro atingiu superávit de US$ 18,43 bilhões em 2002, 12% acima do saldo apurado no ano anterior (US$ 16,45 bilhões), com exportação de US$ 26,06 bilhões (crescimento de 4,2% sobre 2001) e importações da ordem de US$ 7,63 bilhões (queda de 10,9% sobre os gastos registrados no ano anterior). A participação dos embarques brasileiros de produtos agropecuários em 2002 em relação as exportações totais do Brasil (US$ 60,36 bilhões) foi de 43,2%.

No caso das exportações apenas do agronegócio paulista, a participação em 2002 foi de 25,1% em relação ao resultado dos embarques totais do setor agropecuário brasileiro, o que representa um aumento de 0,3 ponto percentual em comparação com o resultado obtido em 2001.

Suco de laranja

O suco de laranja e a carne bovina foram os principais destaques na pauta de exportação do agronegócio de São Paulo. As vendas de suco de laranja ao exterior atingiram US$ 1,034 bilhão no ano passado, 21,1% acima dos US$ 854,227 milhões obtidos no ano anterior. Os embarques de carne bovina somaram US$ 827,6 milhões em 2002, o que significa crescimento de 30,5% sobre o resultado de 2001, de US$ 634,199 milhões. As exportações paulistas de açúcar totalizaram US$ 1,451 bilhão no ano passado, uma queda de 3,8% em relação aos US$ 1,509 bilhão de 2001.

Os principais agregados das cadeias de produção nas exportações do agronegócio do Estado de São Paulo foram cana e sacarídeas (US$ 1,57 bilhão); bovinos (US$ 1,23 bilhão); frutas (US$ 1,09 bilhão), especialmente suco de laranja; produtos florestais (US$ 862,96 milhões) e cereais, leguminosas, oleaginosas (US$ 482,48 milhões). Cerca de 80% do valor das exportações do agronegócio estadual corresponderam a produtos industrializados.

Infra-estrutura

Para o secretário estadual da Agricultura, Duarte Nogueira, os resultados alcançados pelo agronegócio paulista em 2002 são apenas um patamar inicial, já que o estado tem condições de aumentar em muito suas exportações. Segundo Nogueira, São Paulo tem alta produtividade e é competitivo na qualidade dos produtos, mas precisa ser mais eficiente em toda a cadeira da produção para ganhar o mercado internacional.

‘Precisamos reduzir o Custo Brasil, o Custo São Paulo e temos também que nos articular para romper as barreiras tarifárias e não tarifárias impostas pelos países mais ricos’, diz. Para o secretário, o melhor caminho para isto é otimizar as estruturas em parcerias entre o governo e a iniciativa privada.

Ele cita como exemplos dois projetos que começam a tomar forma ainda este ano: o centro logístico de exportação e o agroporto. O centro vai ser construído ao lado da secretaria da Agricultura, na capital. O projeto, parceria com a iniciativa privada, terá espaço para exposições, centro de convenções, hotel e escritórios. ‘Gosto de chamá-lo de Poupatempo da Exportação, pois vai reunir no mesmo espaço toda a cadeia produtiva’, diz.

O agroporto será construído em Santos e servirá como terminal logístico para exportações do setor. ‘O objetivo é atender principalmente os pequenos e médios para que também tenham condições de exportar’, conclui o secretário.