SP tem mais portos para embarcar carros

Gazeta Mercantil - São Paulo - Segunda-feira, 20 de dezembro de 2004

seg, 20/12/2004 - 8h59 | Do Portal do Governo

Ariverson Feltrin

A logística tem sido um dos pontos relevantes para a condução da política de desenvolvimento do governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que, na sexta-feira, deu dois exemplos desse foco concentrado. Ele anunciou o início das operações regulares de embarques de carros pelo Porto de São Sebastião, no litoral norte, e, simultaneamente, determinou o início de estudos para a construção de alças de acesso no km 25 da Via Anchieta, em frente à Volkswagen de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para escoar o tráfego de carretas cegonheiras e, com isso, facilitar as exportações do Fox para a Europa a partir do ano que vem.

De início, o Fox será exportado da fábrica de São José dos Pinhais (PR). No segundo semestre, o Fox sairá da Fábrica Anchieta, em São Bernardo, onde serão investidos R$ 99 milhões, anunciou o presidente da Volkswagen do Brasil, Hans-Christian Maergner ao governador Geraldo Alckmin.

Hoje, restrito a apenas um terminal especializado para embarque de carros – na margem direita do Porto de Santos – o estado paulista, a partir de 2005, terá outros dois terminais: na margem esquerda de Santos (em construção) e pelo Porto de São Sebastião. ‘Com três opções, teremos mais concorrência, o que é estimulante’, disse Richard Schües, diretor da Volkswagen Transport, o braço de logística da montadora. Em São Sebastião, doqueiros e estivadores fecharam um acordo pelo qual um mesmo motorista conduz o carro do pátio até o interior do navio. Nos outros portos, o doqueiro leva até o carro até a porta do navio, onde assume o volante o estivador.

‘Temos feito de tudo para facilitar a logística dos exportadores e aumentar sua competitividade’, disse Alckmin, que se empenhou pessoalmente na criação dos novos canais de embarque.

A Volkswagen, a maior exportadora brasileira de carros, em 2004 enviará 202 mil veículos – mais da metade desse volume é do modelo Gol, que desde o início de seus embarques, em 1980, já teve 500 mil unidades destinadas para 50 países. Desse volume, 300 mil unidades foram embarcadas nos últimos quatro anos.

Em 24 anos a produção do Gol já acumulou 4,3 milhões de unidades – bem acima do Fusca, com 3,1 milhões de exemplares. O carro está na terceira geração, lançada em 1999. A primeira usava motor 1.3 refrigerado a ar. A segunda geração, o ‘Gol bolinha’, veio em 1994.

O Gol, lançado em 1980, provou que um carro ‘genuinamente nacional’ dá certo. ‘São poucos os fenômenos da indústria automobilistica e o Gol, criado por brasileiros, é um deles. Da China à Rússia, da Argentina ao México, do Líbano à Angola, do Irã ao Senegal, consumidores sob as mais diferentes influências econômicas, políticas, sociais e culturais têm algo em comum: adoram o VW Gol’, disse Maergner.

Investimentos no ABC

O bom desempenho da subsidiária em carro compacto foi determinante na escolha do Brasil como centro mundial de desenvolvimento dessa categoria de veículos. Luiz Veiga, que comandava o design em São Bernardo do Campo foi guindado para a matriz na Alemanha.

Enquanto o Gol – há 18 anos líder de mercado brasileiro e também o carro mais exportado do País – ainda desenvolve uma trajetória de expansão, o Fox chega para suprir o mercado europeu, particularmente o alemão, onde será vendido por cerca de € 9 mil. A previsão é exportar 106 mil unidades do Fox já no primeiro ano. Para montar o Fox em São Bernardo, na Via Anchieta, a Volkswagen vai construir 4 mil metros quadrados até o final do primeiro semestre de 2005.