SP tem a menor alta desde março

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 4 de setembro de 2008

qui, 04/09/2008 - 12h20 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

A inflação apurada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) na capital paulista em agosto, de 0,38%, foi a menor desde março deste ano, quando o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou alta de 0,31%. Na comparação com julho, mês em que os preços no varejo subiram, em média 0,45%, o alívio no orçamento do consumidor equivaleu a 0,07 ponto porcentual.

Em agosto, a desaceleração da inflação foi definida pelo grupo alimentação, que caiu 0,49% e marcou a sua menor taxa desde junho de 2006, período em que os gastos com o item caíram 1,39%. A desaceleração da inflação só não foi maior porque o grupo habitação fechou em alta de 1,03%, a maior desde outubro de 2003, puxada pelo reajuste da conta de luz, em 5,05%. Dentro do grupo alimentação, vários itens tiveram deflação. O arroz ficou 2,76% mais barato e o feijão caiu 6,20%.

No ano, a inflação até agosto foi de 4,66%. Nos últimos seis meses, o aumento médio dos preços foi de 3,93% e, no acumulado de 12 meses, chega a 6,35%. Para 2008, o coordenador do índice, Antonio Evaldo Comune, projeta uma inflação de 6,40%. Aparentemente, se comparado com a variação dos preços nos últimos 12 meses, atingir esse patamar ao fim do ano é incompatível. Mas o coordenador prevê para dezembro uma inflação de 0,50%, taxa que, se for confirmada, representará uma desaceleração de 0,30 ponto porcentual no confronto com o índice de 0,80% apurado em dezembro de 2007.

Para setembro, a previsão é de que a inflação feche em 0,40%. De acordo com Comune, os alimentos continuarão ditando o ritmo. Além disso, o impacto da energia elétrica será menor no mês. No entanto, o IPC de fevereiro começará a incorporar de forma mais intensa os aumentos da telefonia fixa, e água e esgoto, que pesam 2,30% e 2,23%, respectivamente, na composição do índice.

Apesar de sustentar que os preços dos alimentos tendem a cair, o coordenador chamou atenção para o comportamento de alguns produtos importantes da dieta do consumidor, que na comparação ponta a ponta (última semana de agosto comparativamente à última semana do mês anterior) já estão diminuindo o ritmo de queda desses preços. Ele cita como exemplo arroz, cuja deflação na ponta em julho era de 1,85% e agora é de 1,73% e o feijão, que era de 4,81% e na última semana de agosto passou para 4,60%. Na avaliação do coordenador, são variações pequenas mas que comprovam a tendência de redução no ritmo de queda dos preços. “Isso tudo mantém o pensamento de que a inflação bateu no limite de queda.”

Os preços das carnes, embora tenham caído 1,22% em agosto, deverão responder mais intensamente este ano à entressafra nos meses de outubro e novembro. A sazonalidade da carne até dois anos atrás havia perdido espaço por causa do aumento do gado confinado. Ocorre que há dois anos os produtores abateram as matrizes e hoje falta gado para abate.