Do G1
A Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento tem como meta de trabalho eliminar, em no máximo dez anos, o emprego de fogo para o corte da cana-de-açúcar, segundo o secretário João de Almeida Sampaio Filho.
“A lei fala de 2021 para áreas mecanizáveis e 2031 para áreas não-mecanizáveis. Nós queremos antecipar os dois. Em determinadas regiões, a gente pode pensar numa coisa menor do que isso (num prazo inferior a dez anos)”, disse o secretário.
Em conjunto com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento trabalha na elaboração de um protocolo agroambiental, para a antecipação da eliminação da queima de cana.
O documento deve ser apresentado ao governador José Serra (PSDB) dentro de 30 dias, e pretende ter adesão voluntária do setor sucroalcooleiro.
Resistência
Sampaio Filho acredita que conseguirá contornar a resistência ao acordo ambiental por parte dos produtores. “Com diálogo, vamos construir uma solução melhor para todos. Onde a cana está plantada para o corte manual, que não tem espaçamento para o corte mecânico, a gente tem também que ter um bom senso para saber que vai precisar dar prazo. O que esperamos realmente evoluir é para que esses prazos sejam encurtados ao máximo para que a gente não precise mexer em lei”, disse.
De acordo com o secretário, para a elaboração do protocolo também estão sendo discutidos temas como o estímulo a novas culturas agrícolas, especialmente nas regiões de topografia acidentada, além da qualificação da mão-de-obra do cortador da cana.
Sampaio Filho ressalta ainda que, mais do que prever a antecipação do prazo legal para o fim das queimadas, o objetivo primeiro do protocolo é barrar a prática nas áreas de expansão da cana.