SP não registrou nenhum caso de sarampo em 2003

O Estado de S. Paulo - Sexta-feira, 16 de janeiro de 2004

sex, 16/01/2004 - 10h32 | Do Portal do Governo

Graças à vacinação, último registro ocorreu em 2002 e foi importado do Japão

LUCIANA MIRANDA


Pela primeira vez na história, o Estado de São Paulo fechou o ano sem registrar nenhum caso de sarampo. Em 2003, os paulistas ficaram livres da doença. O último caso notificado ocorreum em 2002 e foi importado do Japão. Desde 2001, não há transmissão de sarampo no Estado. A doença é de notificação obrigatória.

O controle do sarampo é resultado da vacinação das crianças menores de 5 anos. Elas têm de tomar duas doses da tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba): a primeira com 1 ano e a segunda com 5. Assim, 95% das crianças paulistas estão protegidas pela vacina.

‘Com quase todas as crianças vacinadas, mesmo um caso de fora acaba isolado, sem desencadear a transmissão da doença’, explica a pediatra e infectologista Sandra de Oliveira Campos, da Universidade Federal de São Paulo. Para manter a doença controlada, é preciso que as crianças continuem em dia com o calendário de vacinação.

Além de reduzir o número de casos da doença, a vacina tem outro efeito positivo. ‘Estudos mostram que os casos que ocorrem apesar da vacinação têm gravidade menor’, diz o epidemiologista Eliseu Alves Waldman, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Sintomas – O sarampo é causado por um vírus transmitido pelo ar. Depois de uma ou duas semanas incubado, ele começa a provocar sintomas – febre alta, pele avermelhada, tosse seca, falta de apetite, fraqueza e intolerância à luz. A doença pode evoluir para complicações. ‘O vírus deixa o organismo predisposto à entrada de uma bactéria nos pulmões’, explica o infectologista Hélio Vasconcellos Lopes, da Associação Paulista de Medicina. ‘O resultado é uma pneumonia, o que pode ser grave para os idosos e as crianças pequenas.’ Até a primeira metade dos anos 80, o sarampo era importante causa de morte entre os menores de 5 anos.

‘A situação de São Paulo reflete a condição de controle do restante do País em relação ao sarampo’, diz Luiz Jacintho da Silva, superintendente da Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo. É meta da Organização Pan-Americana de Saúde erradicar a doença nas Américas. Silva lembra que o sarampo ainda é um problema na Itália, na Alemanha e no Japão, além dos países africanos.