SP já tem 436 espécies sob ameaça; tartaruga-marinha e onça-pintada estão na lista

Folha de S.Paulo - Sexta-feira, 3 de outubro de 2008

sex, 03/10/2008 - 9h29 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

O tamanduá-bandeira, o lobo-guará, a baleia-azul, o urubu-rei, a onça-pintada e a tartaruga-verde (tartaruga-marinha) são alguns dos animais ameaçados em extinção no Estado de São Paulo, de acordo com levantamento divulgado ontem pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

Há 436 espécies de animais vertebrados ameaçados de desaparecer, ou 17% dos mamíferos, aves, répteis, peixes e anfíbios vertebrados do território paulista.

Estão na relação de “quase ameaçados” a andorinha-azul, o macaco-prego, o morcego, a lontra, a cutia e o pica-pau-rei. Ao todo, são 86 espécies de vertebrados que pertencem a essa categoria -ou seja, ainda não correm riscos de extinção, mas exigem atenção especial.

A lista havia sido feita pela última vez em 1998, embora um decreto estabeleça que a relação deva ser atualizada a cada quatro anos.

O mico-leão-preto é o símbolo da lista, segundo a secretaria, pela sua capacidade de “superação”. Se dez anos atrás era “criticamente ameaçado”, hoje aparece classificado como “em perigo”.

A secretaria analisou neste ano 27% mais espécies do que em 1998 -foram 2.603, contra 2.047. Para a secretaria, as duas listas não podem ser comparadas, apesar de ambas utilizarem as categorias “criticamente em perigo”, “em perigo” e “vulnerável”.

Segundo o coordenador do projeto e diretor-presidente da Fundação Parque Zoológico, Paulo Bressan, a lista de 1998 não seguiu os critérios da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), metodologia utilizada em 2008 e considerada mais precisa do que a anterior. “Esse trabalho vai nortear as ações do poder público e das associações que trabalham com biodiversidade, além de auxiliar a fiscalização e o licenciamento ambiental”, afirma.

O estudo registrou também espécies que não podem ser classificadas devido à limitada pesquisa sobre o assunto.

A lista, segundo Bressan, vai incentivar a pesquisa dessas espécies, “além de orientar políticas de sustentabilidade do bioma do cerrado”.