SP inaugura serviço de exame digital

Jornal da Tarde

ter, 13/10/2009 - 7h49 | Do Portal do Governo

Em vez de impressa, imagem de exame, como raio X, será armazenada em computador 

A partir de hoje, a rede estadual de saúde de São Paulo passa a contar com um serviço de diagnóstico por imagem em que o exame é enviado por ondas de rádio e analisado em um computador de alta definição. O Serviço Estadual de Diagnóstico por Imagem é o primeiro desse tipo na América Latina e tem como objetivo agilizar a realização e entrega dos laudos de exames como tomografias, ressonâncias, raios X ou mamografia. 

Com investimento de R$ 12 milhões, aplicados pelo governo estadual em parceria com o Hospital Santa Catarina, o sistema permite que o paciente realize o exame no hospital, onde as imagens, em vez de serem reveladas ou impressas, são digitalizadas e armazenadas num computador, que as envia por ondas de rádio para a sede do serviço de diagnóstico. 

O secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas, diz que o tempo de envio não passará dos 30 segundos. Na sede, o exame é recebido por um dos especialistas, que faz a análise num computador de US$ 50 mil dólares, escreve o laudo e o reenvia para o médico que pediu o exame. A promessa que é o processo não dure mais do que meia hora. 

Lan house 

O diagnóstico é feito por um processo moderno. Numa sala do Serviço de Diagnóstico por Imagem com pouca luz que mais parece uma lan house, o radiologista José Mário Rebello Polizini analisa uma imagem de mamografia num monitor de alta resolução que custa US$ 9 mil. Até bem pouco tempo atrás, ele prenderia o negativo no negatoscópio (espécie de projetor de luz que facilita a visualização) e, com uma caneta, analisaria a imagem. 

No computador, porém, não precisa aproximar o rosto para ver os detalhes – basta aumentar o zoom, do exame, que chegou até ele por meio de ondas de rádio. Em poucos minutos, ele escreve o laudo do exame e reenvia para o médico que o pediu. 

“Posso aproximar a imagem, aumentar o contraste e a definição da imagem é muito boa”, diz o radiologista. Segundo ele, o recurso do zoom, por exemplo, evita que o médico tenha de pedir outro exame para tirar possíveis dúvidas. “Perde-se menos tempo e o paciente se desgasta menos.” 

Com o novo serviço, os exames estão arquivados em computadores e podem ser consultados com facilidade pelo médico. 

Mas Barradas diz que, com o tempo, o gasto será diluído. A redução no número de papéis filme para exames vai cair em 80% com a digitalização das imagens. O novo método também corta gastos na revelação dessas chapas. 

A rede, que funcionou no último mês em caráter de testes, receberá cerca de 1,5 mil exames por dia – ou 45 mil por mês. Eles virão dos hospitais estaduais do Grajaú e Pedreira, na capital, Itapevi, na Grande São Paulo, além de cinco unidades do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e do Centro de Referência do Idoso da Zona Norte. Mas, a partir do mês que vem, com a inclusão do Hospital do Mandaqui, o número de exames mensais vai subir para 90 mil por mês. 

Segundo Barradas, em dois anos, cerca de 50 hospitais estaduais deverão estar integrados à rede – inclusive hospitais do interior. “Alguns são antigos e têm aparelhos que precisarão ser trocados para termos imagens digitais”, diz o secretário.