Secretaria de Estado da Cultura abre hoje espaço que visa a difusão da arte em todos os seus estilos, por pelo menos quatro anos
Karla Dunder
A partir de hoje, e pelo menos para os próximos quatro anos, o Teatro Itália (Av. Ipiranga, 344, subsolo, edifício Itália, tel. 2189-2555) também será conhecido como o Teatro de Dança. Isso mesmo. A categoria ganha um espaço na cidade com uma grade de programação exclusiva. A iniciativa partiu do Secretário de Cultura do Estado, João Batista de Andrade, que pretende contemplar bailarinos e coreógrafos, de diferentes tendências, de todo o Estado. O balé Stagium dança Quarup hoje, na abertura só para convidados. Na próxima semana, a partir do dia 30, o teatro estará aberto para visitação pública.
‘Nossa proposta é que o teatro se transforme em um espaço para a difusão de todos os estilos de dança’, destaca a consultora e curadora geral Cássia Navas. A programação, além de variada – a proposta é atingir o todo da dança -, terá, em um primeiro momento, temporadas curtas. ‘A idéia é que ao longo do ano possamos disponibilizar mais tempo para os grupos. Agora é importante que os artistas se planejem, conheçam o espaço, principalmente os grupos do interior, e que fidelizem público.’ A curadoria não exige que os espetáculos sejam inéditos.
O Teatro de Dança será administrado pela Associação Paulista dos Amigos da Arte (Apaa). Uma organização social que tem contrato de gestão por aproximadamente quatro anos. ‘Esse tipo de gestão mantém a estrutura do teatro e também impede, por exemplo, que o impacto da mudança de governo afete a programação. Em contrapartida, é preciso mostrar resultados, como a freqüência de público.’ O espaço já tem programação definida até janeiro.
E a primeira temporada começa no dia 6 de outubro, sob a temática do amor. ‘Queremos que a platéia seja seduzida pelo tema, algo que dialogue com o cotidiano, uma dança que trate das questões do homem.’ Na estréia para o público, a Companhia Danças apresentará Dimensão Oculta até 10 de outubro. Entre os artistas esperados, a Siameses Cia. de Dança, o mineiro Fábio Dornas, Juliana Moraes e Sílvia Geraldi. ‘A prioridade é trazer artistas da capital e interior de São Paulo, mas também aceitaremos projetos de outros Estados.’ O mês de novembro e de dezembro será dedicado ao interior. Para a semana das festas, estão previstos autos de Natal.
‘Realizaremos ações específicas no bairro. O teatro era malvisto, estava degradado, tivemos de reformar o palco e as instalações, além de equipar com iluminação e som. Será desenvolvido um trabalho com pessoas que nunca viram dança’, destaca a curadora. Outra proposta é estreitar os laços com as universidades e fornecer, no ano que vem, bolsas de apoio à criação para os jovens artistas.
Hoje a noite de abertura contará com o Balé Stagium, uma das mais antigas companhias de dança da cidade. ‘Quarup, para mim, é a nossa Sagração da Primavera, representa a morte e a ressurreição. Levantamos o teatro das cinzas e abrimos as suas portas. Este é um ritual de abertura.’
