SP ganha clínica pública para alcoólatras e dependentes de drogas

Jornal Cidade/ Rio Claro

seg, 30/03/2009 - 10h00 | Do Portal do Governo

Governador José Serra inaugura a clínica pública para tratamento de drogados.

(AFSP) – O Estado de São Paulo ganha no final deste mês a primeira clínica pública para adultos dependentes de álcool e drogas. Há dois meses, um serviço semelhante, para adolescentes, foi inaugurado em Cotia (Grande SP).

Hoje, os dependentes de álcool e drogas são atendidos emergencialmente em enfermarias de hospitais-gerais, mas não há um seguimento no tratamento. Nas clínicas privadas, as mensalidades chegam a R$ 15 mil.

A clínica, com 30 leitos, funcionará em São Bernardo do Campo (ABC), por meio de convênio entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Sociedade Assistencial Bandeirantes – que administra o Hospital Bandeirantes.

Os pacientes serão encaminhados pelos prontos-socorros e Caps (Centros de Atenção Psicossocial). A secretaria repassará, em média, R$ 3.000 por mês para cada paciente internado. O tempo médio de internação está estimado em um mês.

Segundo o médico Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Unifesp e responsável pelo trabalho de orientação técnica e terapêutica da clínica, além da desintoxicação, o paciente terá o tratamento planejado em três linhas de ação: psiquiátrica, psicológica (terapia comportamental) e de autoajuda (grupos de apoio, como o Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos).

“Nosso desafio é poder oferecer um tratamento com a mesma qualidade do melhor centro de Nova York. Do ponto de vista técnico, temos estrutura, a hotelaria também está impecável”, afirma Laranjeira. A equipe conta com quatro psiquiatras, quatro psicólogos, quatro enfermeiras especializadas em dependência química, duas assistentes sociais, duas terapeutas e dois conselheiros.

O médico não tem ideia da demanda reprimida, mas estima que, uma semana após a inauguração, a casa já esteja lotada e com fila de espera. Depois do período de internação, a proposta é que o paciente continue sendo acompanhado por profissionais do Caps mais próximo da sua casa.

Segundo Nilson Pashoa, secretário-adjunto da Saúde, a ideia é que a clínica funcione como um modelo para outras iniciativas, especialmente em municípios com universidades que possam estar integradas ao programa de reabilitação. “Vamos testá-lo, avaliar a relação custo/benefício e ver se é possível reproduzi-lo em outras regiões, com diferentes populações.”