SP diz que situação energética é de atenção

Folha de S. Paulo - Sábado, 19 de abril de 2008

sáb, 19/04/2008 - 12h29 | Do Portal do Governo

Folha de S. Paulo

A secretária de Saneamento e Energia de São Paulo, Dilma Pena, disse que a situação do sistema elétrico paulista é de atenção, em referência às recentes interrupções de energia no Estado causadas por problemas técnicos. A Folha revelou, na última quarta-feira, o diagnóstico preocupante traçado pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrica) numa reunião extraordinária realizada início da semana em São Paulo.

Dilma vai agora discutir a questão com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) na terça-feira. “Há estado de atenção. Ocorrências são normais, o que nos preocupa é quando acontecem com bastante freqüência”, disse. Segundo ela, nos últimos 36 dias, foram registradas cinco explosões em linhas de transmissão e subestações do sistema paulista, o que gerou interrupções de fornecimento de energia.

Ela atribuiu os problemas à sobrecarga do sistema. Segundo a secretária, de 2001 a 2006, o consumo de energia cresceu 17,6% em São Paulo, e os investimentos para acompanhar essa demanda não foram feitos.

Dilma responsabilizou o governo federal por não ter feito o planejamento da expansão do sistema paulista. Segundo Dilma, o crescimento ocorre somente por meio de leilões, que são organizados pela União. “A necessidade de aumento de investimentos passa pelo poder concedente, que tem que autorizar a expansão. Esse processo está muito devagar.”

Em São Paulo, o diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Jerson Kelman, disse que “nem na Suíça” há um sistema de transmissão de energia que seja infalível e negou que São Paulo esteja “abandonado”. “Nem aqui nem na Suíça, [seria possível] ter um sistema absolutamente à prova de eventos no sistema. Seria caríssimo garantir isso”, diz. Ele disse que a Aneel já está tomando providências para autorizar as obras, que podem ter a licitação dispensada, e viabilizar o reforço da rede em São Paulo.

Kelman afirmou que em dois anos a Aneel autorizou ou licitou obras que totalizaram investimentos de R$ 400 milhões, em redes de alta e média tensão, que perfazem o sistema de transmissão.

Cesp

Dilma Pena não descartou a possibilidade de o governo vender apenas parte da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Uma das alternativas seria excluir as hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira, cujos contratos de concessão vencem em 2015. O fim das concessões resultou no fracasso da terceira tentativa de vender a estatal.

C.M.