SP define regras para novas vagas de ensino técnico

O Estado de S.Paulo- Segunda-feira, 10 de março de 2008

seg, 10/03/2008 - 10h43 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

Anunciado no começo de janeiro como uma das prioridades para o ensino médio, a oferta de curso técnico teve seu formato definido na semana passada pela Secretaria da Educação de São Paulo.

O processo de seleção para as 50 mil vagas oferecidas, um dos pontos que estavam pendentes, será feito por ordem de manifestação de interesse. Candidatos deverão enviar uma carta à secretaria. Caso a demanda seja maior que a oferta, haverá sorteio para definir as classes, que terão de 35 a 43 alunos. O projeto está orçado em R$ 20,6 milhões e inicialmente será implementado apenas na capital e na Grande São Paulo.

O curso técnico no ensino médio funcionará em parceria com o Centro Paula Souza, autarquia estadual responsável pela administração direta das Escolas Técnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologia (Fatecs) de São Paulo. “Vamos oferecer nosso Telecurso Tec, que já existia”, explica o professor Almério Melquíades de Araújo, responsável pela coordenadoria de ensino técnico da instituição. Por enquanto, apenas um curso estará disponível: o de Gestão de Pequenas Empresas. “Este era o único que já estava pronto”, diz a secretária Maria Helena Guimarães. Ele seguirá o modelo semi-presencial, em que o aluno se divide entre a classe e estudos em casa. A duração será de três semestres.

As inscrições começarão em junho nas próprias escolas. Serão 24 mil vagas na capital e 26 mil distribuídas por cidades da Grande São Paulo. As aulas estão previstas para começar após as férias de julho. Para isso, cerca de 700 professores das escolas estaduais já estão sendo treinados, salas estão ganhando DVDs e telões e o material didático foi encomendado. “Como o curso será semi-presencial, é importante manter o foco no material que os estudantes vão levar para casa”, afirma Araújo.

De acordo com a secretária, a idéia é proporcionar mais oportunidades aos jovens. “É um projeto importante, um novo caminho.” Ela nega que as aulas funcionem como uma espécie de apoio ou alternativa ao ensino superior . “O intuito não é substituir a faculdade, mas incentivar e dar chances adequadas aos interesses desses estudantes, que talvez já queiram ter uma profissão”, explica. No entanto, admite que a região escolhida é muito carente. “Eles têm sérios problemas para se qualificar.”

DILEMA

Alunos da rede estadual, no entanto, já vêem a possibilidade de conseguir uma profissão sem ter de passar pela universidade. “Para mim, o técnico é melhor por que preciso trabalhar logo e, além de rápido, ele não me trará gastos”, diz Renan Marques dos Santos, de 16 anos, que estuda na rede estadual de Carapicuíba, cidade que receberá mais de 2 mil vagas. Outros preferem não abandonar o sonho do vestibular. É o caso de Henrique Roberto da Silva, também aluno do segundo ano do ensino médio de Carapicuíba. “Vou me inscrever assim que puder, por que para mim será ótimo terminar o colegial com uma profissão”, diz. “Continuo querendo fazer faculdade, mas não sei exatamente quando vou poder cursar uma.”

Se a idéia der certo, pode ser expandida para o interior e litoral. Novos cursos estão previstos para o ano que vem, como Turismo e Informática.