SP decide ampliar rastreamento de gado

Folha de S.Paulo - Sexta-feira, 28 de outubro de 2005

sex, 28/10/2005 - 15h58 | Do Portal do Governo

MARCELO TOLEDO
DA FOLHA RIBEIRÃO

O governo do Estado decidiu ampliar o levantamento sobre as condições sanitárias dos animais provenientes do Paraná que entraram em São Paulo.

Por causa do temor de que a febre aftosa atinja o Estado, a Secretaria da Agricultura e Abastecimento iniciou nesta semana o rastreamento dos animais que entraram em São Paulo neste mês. Ontem, decidiu rastrear também os animais que saíram do Paraná no mês passado.

O estopim das medidas tomadas pelo governo paulista foi a afirmação, da Secretaria da Agricultura do Paraná, de que 37 bois procedentes de São Paulo tiveram contato com animais de Mato Grosso do Sul suspeitos de contaminação por aftosa na Eurozebu, de Londrina (370 km ao norte de Curitiba), entre os dias 1º e 9 deste mês. Do total de animais, 19 eram de Itapetininga, 13 de São Carlos e 5 de Restinga.

Somente neste mês, 806 bovinos cruzaram a divisa do Estado, sendo 793 suínos, 39 ovinos e 20 caprinos, para 24 municípios de 17 regiões de São Paulo.

De acordo com o secretário paulista da Agricultura, Antônio Duarte Nogueira Júnior, o levantamento dos animais que vieram do Paraná neste mês foi concluído sem que problemas de saúde fossem encontrados.

‘Não tivemos nenhuma suspeita em São Paulo, mas, além dos animais que entraram neste mês, também estamos fazendo o levantamento dos que entraram em setembro, para garantir uma segurança sanitária mais ampla’, afirmou o secretário.

O rastreamento foi iniciado ontem, e ainda não há uma previsão de quando será concluído. O Estado não soube informar o total de animais que cruzaram a divisa no mês passado.

Nogueira Júnior disse ainda que todas as propriedades estão sendo monitoradas e que, na próxima semana, um relatório será produzido para ser encaminhado ao Ministério da Agricultura e ao Itamaraty.

O objetivo do documento é que ele seja enviado a Bruxelas e a Paris, para tentar derrubar o embargo da União Européia, que importa 39% da carne exportada pelo Brasil. ‘Precisamos derrubar esse embargo, que, do ponto de vista sanitário, não se sustenta.’