SP anuncia reajuste de até 22,7% a policiais

Folha de S.Paulo - Sexta-feira, 6 de julho de 2007

sex, 06/07/2007 - 11h35 | Do Portal do Governo

Folha de S.Paulo

Em meio às suspeitas de corrupção envolvendo policiais civis, o governo de São Paulo anunciou ontem um pacote de medidas de “valorização da carreira policial” que beneficia principalmente a Polícia Civil.

Além de receber todos os benefícios concedidos aos demais policiais, apenas os delegados terão uma gratificação equivalente a 33% quando acumularem a chefia de mais de uma delegacia. O pagamento será proporcional aos dias trabalhados nessa condição.

Para os policiais militares, não haverá a concessão do benefício, mesmo se comandarem duas ou mais cidades.

O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, negou relação entre o anúncio do pacote de aumento salarial, que na maioria dos casos não tem aplicação imediata, e a série de acusações feitas contra policiais. A divulgação dessas metas ocorre, de acordo com ele, ao fim de um ciclo de estudos que durou quatro meses.

No pacote está previsto um reajuste salarial entre 4,28% e 22,67%. O menor aumento é para o soldado de primeira classe de municípios com mais de 500 mil habitantes e, o maior, para delegados, oficiais da Polícia Militar, peritos e médicos legistas de cidades menores.

“O bom salário desestimula [a corrupção], mas não evita. Há exemplos na República que são notórios”, afirmou o secretário da Segurança.

Os aposentados e pensionistas sentirão os efeitos do reajuste apenas em janeiro do próximo ano, quando será incorporada a gratificação aos rendimentos.

As medidas anunciadas ontem devem passar ainda por votação na Assembléia Legislativa para aprovação, mas, como os parlamentares entram em recesso neste mês, ele só deve entrar em vigor após agosto.

Além do reajuste salarial e da gratificação especial a delegados, o pacote tem ainda o anúncio de ampliação de benefícios na compra da casa própria (com juros subsidiados pelo governo), seguro por acidente no horário de trabalho (o seguro era só em caso de morte) e possibilidade da venda de um dos três meses de licença-prêmio (a cada cinco anos de trabalho).