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Valor Econômico - Segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

seg, 17/12/2007 - 14h38 | Do Portal do Governo

Valor Econômico

A estabilidade econômica do Brasil foi um fator de atração para os brasileiros que optaram por deixar o mundo acadêmico em grandes universidades estrangeiras para ingressar no programa “Jovens Talentos”, criado pelo departamento de economia da USP. Para eles, um cenário mais estável ajuda a ampliar o âmbito de suas pesquisas. “É uma oportunidade de discutir questões estruturais”, diz Pedro Duarte, doutorado pela Universidade Duke, que acaba de regressar dos EUA.

“Antes, nós economistas passávamos boa parte do tempo pensando na inflação, em soluções de curto prazo”, lembra o professor Joaquim Guilhoto, chefe do departamento de economia da UPS, idealizador do programa. “Hoje as pesquisas caminham em muitas direções”. Cada participante do “Jovens Doutores” tem uma área distinta de pesquisa, apesar de realizarem alguns estudos em grupo.

Marcos Rangel, por exemplo, estuda microeconomia. Seu enfoque é a gestão de recursos nas famílias brasileiras. “Estudo o que leva as pessoas a tomarem suas decisões de investimentos”, conta. “A política econômica redesenha incentivos para que as pessoas sigam na direção que o poder público acha melhor para elas. Então, entender como elas reagem a incentivos ajuda a redesenhar políticas mais bem sucedidas”. Ele lembra que os economistas hoje realizam trabalhos bem mais próximos ao dos sociólogos, mas com um enfoque diferenciado.

Ricardo Avelino pesquisa novas metodologias para a precificação de derivativos. “É uma área bem diferente”, diz. No campo microeconométrico, ele lida com fluxos migratórios internos nas várias regiões do país, entre outros assuntos. “Estou pesquisando também o efeito da introdução do seguro-desemprego sobre a própria duração do emprego”, conta.

Gabriel Madeira investiga os contratos informais baseados em relações de confiança. “O que pode, por exemplo, acontecer entre irmãos”, diz. Pedro Duarte escolheu a macroeconomia. “Estudo a história do pensamento econômico e a razão pela qual algumas políticas foram ótimas”, diz. Já Mauro Rodrigues investe no estudo da economia internacional. “Investigo o impacto das restrições comerciais no crescimento e na produtividade dos países, incluindo o Brasil”, explica.

“Estamos formando um grupo de autores especializado em avaliação de políticas econômicas e sociais anti-probreza para o Brasil”, diz Fernando Botelho.