Solenidade é marcada por emoção

O Diário de Mogi - Mogi das Cruzes - Domingo, 16 de janeiro de 2005

seg, 17/01/2005 - 9h23 | Do Portal do Governo

Marcada para às 10 horas de ontem, a solenidade de inauguração da Mogi-Dutra duplicada começou com 40 minutos de atraso. O forte calor tornou a espera ainda mais demorada, mas não tirou a animação dos participantes, muito menos a emoção que tomou conta da solenidade. Em um dos pontos altos do evento, que segundo o prefeito Junji Abe (PSDB) reuniu 3 mil pessoas, foi entregue ao governador Geraldo Alckmin uma pedra lapidada – retirada da obra – com a transcrição do poema “No Meio do Caminho”, de Carlos Drummond de Andrade, que Junji leu para o público.

A solenidade foi aberta pelo secretário de Estado dos Transportes, Dario Rais Lopes, que destacou a importância da obra, lembrando que os usuários devem utilizar a via como um acesso à Rodovia Ayrton Senna e não incorporar o espírito do piloto. Em seguida, o deputado estadual Luís Carlos Gondim Teixeira (PL) lembrou da trajetória para se conseguir a obra, desde o deputado Maurício Najar, passando por Chico Nogueira e Chico Bezerra, até chegar a Junji e a ele. Em um lapso, o senador Romeu Tuma (PFL) falou sobre a “importância da duplicação da Mogi-Bertioga”, mas rapidamente se corrigiu lembrando que aquela era a Mogi-Dutra. Junji, que fez o mais longo discurso do dia, com 20 minutos, lançou até a candidatura de Alckmin à Presidência. Também aproveitou a oportunidade para esclarecer a controversa paternidade da rodovia. “Mário Covas foi o avô, Alckmin é o pai e os mogianos são todos filhos da Mogi-Dutra”, declarou.

Para Alckmin, o principal naquele momento era a segurança. Contou que este foi um dos principais motivos que o levou a realizar a obra. “Governar é escolher”, ensinou, revelando que soube por meio de uma pesquisa que a via era uma das mais perigosas do Estado e que a duplicação não poderia esperar mais.

A relação do mogiano com a Rodovia Pedro Eroles, aliás, sempre foi marcada pelo verbo esperar. No sentido de espera, quando aguardavam que a via fosse construída desde a década de 50, quando a Cidade ficou à margem do desenvolvimento com a inauguração da Rodovia Presidente Dutra. No sentido de esperança, quando a estrada começou a se transformar em realidade no fim dos anos 60, até ser inaugurada em maio de 1972. Depois, o movimento multiplicava em períodos cada vez menores de tempo. Dos 5 mil veículos previstos para circularem na década de 70, logo viraram 10 mil em 1982 e 15 mil em 1987. Foi aí que começou a espera pela duplicação. Atualmente, são 25 mil e a previsão é de que aumente para 30 mil.

Hoje, os mogianos têm esperança renovada de um novo período de desenvolvimento. Quem viu e conta toda essa história é o engenheiro Jamil Hallage, que participou da construção da Mogi-Dutra nos anos 70 e dos primeiros passos dados para a duplicação da via. Ontem, ele confessou que o coração estava batendo muito forte.

Visivelmente emocionado, ele fez um alerta. “É preciso fazer um trabalho de conscientização com os usuários. Eles não precisam ir mais depressa, já ganharam tempo com a falta de congestionamento. É preciso conscientizar para que não haja abuso”, declarou. A dona de casa Estela Gonçalves, de Jundiapeba, foi à solenidade para conferir o trabalho concluído. “Nós, que somos dos bairros, fazemos os pedidos para as autoridades e depois temos que ver se ele foi atendido. Estou aqui para fiscalizar. É um direito nosso”, ensinou.

O dia quente ajudou nos negócios do sorveteiro Márcio Luiz da Silva. Entre às 9h30, quando chegou à solenidade, até às 11h40, ele vendeu 150 picolés, cada um a R$ 0,50. “O tempo ajudou bastante”, comemorou. Segundo ele, os sabores mais procurados foram o limão – que já havia acabado neste horário -, coco e leite condensado. A água também se tornou um produto bastante procurado entre o público que participava da festa. Em menos de 40 minutos o ambulante Reinaldo Leal Carneiro, o Batatinha, conseguiu duas façanhas: vender 130 garrafas de água e não abusar do preço, que ficou em R$ 1,00.