Servidor estadual começa a abrir conta na Nossa Caixa

Valor Econômico - Segunda-feira, dia 31 de julho de 2006

seg, 31/07/2006 - 11h49 | Do Portal do Governo

Maria Christina Carvalho

Começa amanhã o programa escalonado para os funcionários públicos do governo do Estado de São Paulo abrirem conta na Nossa Caixa. O banco está com as engrenagens azeitadas para atender os futuros correntistas. São cerca de 1,2 milhão de funcionários públicos estaduais, entre ativos, inativos e pensionistas, que, a partir de janeiro de 2007, passam a receber o salário exclusivamente no banco.

Isso significa um aumento de 25% na carteira de clientes da Nossa Caixa. O presidente do banco, Carlos Eduardo Monteiro, está tranqüilo com o processo, mesmo porque calcula que metade desse contingente já migrou a conta corrente para a Nossa Caixa. Pelo acordo de privatização do Banespa, o pagamento da conta-salário dos funcionários públicos estaduais ficaria na instituição até o final deste ano. Mas, quem quisesse, poderia antecipar a transferência.

A Nossa Caixa não poupou esforços para que isso acontecesse. A mais recente oferta é a isenção de tarifas até 31 de março de 2007 e desconto de 25% depois dessa data. O funcionário público é alvo de outros “mimos” na Nossa Caixa, como a primeira anuidade grátis no cartão de crédito, taxas preferenciais de crédito e o desconto de 50% na taxa de abertura de crédito (TAC).

O Santander Banespa não quer ficar atrás e lançou, na semana passada, um cartão sem anuidade e com desconto na fatura de 2% dos gastos com supermercados e combustível para os funcionários públicos estaduais e municipais. Já havia criado pacote de investimentos para o segmento e está sorteando dois carros por semana entre esses clientes. “Fizemos várias coisas e vamos fazer outras mais para que esse cliente mantenha o relacionamento”, disse o vice-presidente executivo de marketing e negócios do Santander, José Paiva.

O diretor de rede e distribuição da Nossa Caixa, Daniele Lunetta, estranha que “só agora” o Santander Banespa esteja preocupado com isso.

Em outra frente, Monteiro deslanchou no final de semana uma campanha em rádio, televisão e mídia imprensa, na qual investiu R$ 10 milhões, cujo objetivo é acabar com a velha imagem de que a Nossa Caixa é um banco desatualizado tecnologicamente.

Pesquisa qualitativa feita com funcionários públicos confirmou essa imagem. “Isso era verdade no passado”, disse ele. Mas, no último ano, a Nossa Caixa trocou 1,6 mil máquinas de auto-atendimento e está com tecnologia de ponta na área; e hoje tem um parque de 2,5 mil. O horário de atendimento dessas unidades, anteriormente limitado, agora é o mesmo dos outros bancos, das 6 às 22 horas, sete dias por semana.

A Nossa Caixa também está reforçando a rede de atendimento. Até o final do ano, vai abrir 41 novas agências 49 PABs e 41 lojas de auto-atendimento. Atualmente, possui 515 agências, 343 PABs, 896 correspondentes bancários e 793 pontos de atendimento eletrônico (PAE).

Para desfazer outra imagem da Nossa Caixa cuja direção considera errônea, que é a se limitar ao Estado de São Paulo, Lunetta lembrou que a instituição faz parte das redes Banco24Horas, com 3 mil pontos, e da Rede Verde-Amarela, com 8 mil.

Esperando janeiro de 2007, a Nossa Caixa vem recheando a prateleira de produtos nos últimos dois anos. Lançou o cartão de crédito, do qual já emitiu 1 milhão de unidades; produtos de previdência privada; criou a seguradora em parceria com a Mapfre; passou a vender apólices de ramos elementares em parceria com a Mapfre, Porto Seguro e Sul América; e, neste ano, lançou o consórcio em parceria com a Rodobens.

Além disso, a Nossa Caixa pode fazer nova venda de ações ainda neste ano, conforme disse na semana passada o governador Cláudio Lembo. A intenção de Lembo é vender mais R$ 1 bilhão em ações. No ano passado, o governo vendeu o equivalente a 28% do capital da Nossa Caixa, arrecadando R$ 830 milhões. Os papéis passaram a ser negociados Novo Mercado da Bovespa e subiram cerca de 35% neste ano. O governo pode vender até 49% do capital.

Os recursos da eventual nova oferta irão para gastos públicos. Monteiro disse que o banco está bem capitalizado (28% de índice de Basiléia) e não precisa do aporte. O banco vem gradativamente migrando a carteira de títulos para crédito, que montava a R$ 6,5 bilhões ao final do primeiro trimestre.