Serviço de inteligência desmonta tráfico

Jornal da Tarde - Quarta-feira, 3 de agosto de 2005

qua, 03/08/2005 - 9h59 | Do Portal do Governo

Rita Magalhães

Dois policiais civis se infiltraram na Favela da Vila Prudente, Zona Leste, e identificaram quatro integrantes da quadrilha que vinha agindo na favela. Foram apreendidas drogas e armasA infiltração de dois policiais civis na Favela da Vila Prudente, na Zona Leste da Capital, culminou com a apreensão de 100 quilos de maconha, 100 papelotes de cocaína, três espingardas calibre 12, uma submetralhadora e um fuzil 9 milímetros, dois revólveres 38 e mais de 350 peças de munição.

A operação também identificou quatro integrantes de uma quadrilha responsável pelo comércio de maconha e cocaína em cinco bocas-de-fumo que cercam a favela. Um deles, o feirante Luciano Paulo da Silva, 29 anos, acusado de ser um dos seguranças do bando, foi preso em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Ele nega todas as acusações. ‘Sou apenas um trabalhador’, disse.

Os outros identificados são: Ed Carlos Alves Pereira, apontado como o gerente do tráfico, e os seguranças das bocas Júlio Augusto Frazão e José Arnaldo Moraes Campo Júnior. A polícia pedirá a prisão preventiva dos três rapazes, que já teriam passagens policiais por furto e roubo. A quadrilha começou a ser investigada no último dia 19 de maio, por meio de um inquérito instaurado para apurar o uso e apreensões freqüentes de radiocomunicadores naquela região.

Fingindo ser um usuário de droga, um dos policiais passou a freqüentar as bocas-de-fumo da favela. Outro investigador se passou por funcionário de um bar. Assim, os dois policiais acabaram descobrindo que o líder do tráfico na região é conhecido como Nezinho. Ele não mora na favela, apenas usaria o local para pernoitar.

Na sexta-feira passada, os policiais receberam a informação de que os traficantes receberam um carregamento de droga que seria embalado para distribuição no varejo na noite de anteontem. Um tiroteio promovido pelos integrantes sinalizou a chegada do entorpecente.

Então, por volta das 16h30 de anteontem, os policiais comandados pelo delegado Luiz Antônio Ribeiro Longo foram para o local e descobriram três barracos que eram usados como esconderijos da droga e das armas.

Droga foi achada em parede falsa

Os 92 tabletes de maconha foram achados encaixados no vão de uma parede falsa do barraco. Assim que entraram num dos becos da favela, os policiais trombaram com Luciano Paula da Silva. Ele estava a menos de 50 metros do barraco onde a droga e parte das armas foram achadas e carregava um radiocomunicador pendurado no pescoço.

O preso negou que o equipamento lhe pertencesse. Disse que uma moça que não conhece pediu-lhe que guardasse o aparelho. Mas a versão de Silva foi questionada pela polícia. Um dos policiais da operação viu Luciano passando informações pelo rádio.

Policiais que tinham um rádio conectado na freqüência dos traficantes ouviram quando avisaram sobre a chegada dos agentes. O alerta ajudou na fuga dos bandidos. Um deles foi Ed Carlos, gerente do tráfico.