Serra recebe assinaturas da frente SOS Masp

O Estado de S.Paulo - Quinta-feira, 6 de março de 2008

qui, 06/03/2008 - 9h24 | Do Portal do Governo

O Estado de S.Paulo

O SOS Masp, frente que preconiza uma ação do poder público para dar fim à crise institucional e administrativa que atinge o museu, reuniu-se anteontem à noite com o governador José Serra no Palácio dos Bandeirantes.

Uma comissão formada pelo filósofo José Arthur Giannotti, o professor Luiz Marques e o curador Fábio Magalhães levou ao governador o resultado de um abaixo-assinado organizado pelo movimento. A lista entregue tem 3.253 assinaturas, e reúne artistas, intelectuais, acadêmicos, curadores, museólogos e até autoridades do exterior, como o curador de Artes Gráficas do Museu do Louvre, Régis-Michel, o ex-secretário da Cultura de Florença, Guido Clemente, e o diretor do Museu Picasso de Antibes, Jean-Louis Andral.

‘Nós consideramos cumprido o objetivo do documento, que era levar ao conhecimento das autoridades a situação do museu’, disse Luiz Marques, ex-conservador-chefe do Masp. O governador conversou longamente com os integrantes da comissão. Para Marques, o movimento pede uma redefinição institucional do Masp. ‘O museu não pode continuar sem recursos e gabarito profissional para gerir aquele acervo’, afirmou.

Marques reconhece que é uma situação delicada, já que o poder executivo não pode se imiscuir nos assuntos internos do museu, sociedade de direito privado. ‘É uma circunstância que a lei protege, mas é uma situação extremamente nociva para o patrimônio nacional.’

A Assessoria de Imprensa do Masp contestou as declarações. Informou que o museu ‘não está com problemas de recursos’, e que ‘todo o ano de 2008 já está resolvido’ do ponto de vista orçamentário. O orçamento previsto é de R$ 7 milhões. Paulo Alves, assessor do Masp, disse que a crise do museu é ‘um mito que se criou’ e que a instituição ‘nunca teve uma equipe tão competente quanto a que está hoje à frente do museu’.

Após dois anos, o Masp conseguiu autorização para captar recursos pela Lei Rouanet, o que atenuou a situação financeira. A empresa de telefonia Vivo cobra na Justiça R$ 13 milhões do Masp, relativos à compra do prédio anexo na Avenida Paulista. Haveria uma audiência de conciliação na Justiça no início de fevereiro, que foi suspensa.