Jornal da Tarde
A socióloga Maria Helena Guimarães de Castro – ex-secretária de Educação do Distrito Federal que também atuou como secretária-executiva do MEC no governo Fernando Henrique Carsoso – assumiu ontem oficialmente o cargo de secretária de Estado da Educação, ocupado até então por Maria Lúcia Vasconcelos. Ela apontou uma lista de prioridades para a área solicitada a ela pelo governador José Serra. Além do programa Ler e Escrever, voltado para a alfabetização das crianças de até 8 anos, a lista inclui a criação de centros de línguas e aulas de informática profissionalizante para os alunos de ensino médio, reforma e construção de escolas e gratificação por desempenho aos profissionais da educação.
Na ocasião, a nova secretária explicou a necessidade de se dar ênfase à informática no ensino médio. “Não se trata de dar aulas de computação, mas sim de definir estratégias de parcerias até com o setor privado para que o aluno do ensino médio saia com um certificado reconhecido pelo mercado.”
O que o governador José Serra também quer priorizar, segundo Maria Helena, é o ensino de línguas. “Também vou buscar parcerias com o setor privado para, além do Estado expandir a oferta de línguas, oferecer um laboratório de idiomas fora do horário escolar para que os alunos de 5ª a 8ª série e de ensino médio tenham de fato a oportunidade de aprender outra língua, saiam da escola com o domínio do inglês ou do espanhol.”
Ainda em relação ao ensino médio, a secretária afirmou que o Estado está desenvolvendo um trabalho de definição dos conteúdos básicos para cada ano dessa etapa de ensino. “Começamos pelas quatro séries iniciais do ensino fundamental por meio do Ler e Escrever e pelas três séries do ensino médio.”
É nesse contexto que a secretária diz que em 2008 o ciclo dos primeiros anos do ensino fundamental será reduzido de quatro para dois anos. Já a redução dos ciclos das séries finais (5ª a 8ª série) está prevista para 2009.
Gratificação por desempenho
Maria Helena reconheceu a importância de valorizar os professores. “É muito importante dar bons salários, é enorme a necessidade de pagar bem os professores, mas, além de pagar bem, é fundamental que haja estímulos e incentivos para aqueles mais dedicados. Minha proposta é considerar não apenas aspectos como dedicação do professor e assiduidade ou o seu desenvolvimento nas diferentes formas de capacitação oferecidas pelo Estado, mas considerar o conjunto da equipe, que precisa ser entendida como um time. A escola que funciona tem de ter um time integrado, com projeto coletivo, e só é possível construir isso com incentivos para a escola.”
As avaliações de qualidade da educação também foram citadas como uma das prioridades do governador José Serra. “Confesso que não vi os resultados do Saresp 2005 porque eles não foram divulgados e, agora, o Estado está fazendo uma licitação para o Saresp 2007, cujo projeto base ainda não tive tempo de analisar, mas confirmo que teremos Saresp este ano, que São Paulo volta a participar do Prova Brasil e do Saeb.”
