Semana incentiva amamentação

Diário do Grande ABC - Quarta-feira, dia 2 de agosto de 2006

qua, 02/08/2006 - 11h11 | Do Portal do Governo

Adriana Ferraz

Do Diário do Grande ABC    

O Brasil e mais 119 países celebram, até sábado, a Semana Mundial de Aleitamento Materno. A campanha quer incentivar a amamentação natural e a capacitação dos profissionais de saúde, além da doação voluntária de leite. Na região, eventos diários informam a população sobre a importância do alimento materno e da diminuição dos índices de desmame precoce, diretamente associado à mortalidade infantil no primeiro ano de vida.

Especialistas explicam que o contato entre a mãe e o bebê precisa ser estimulado ainda na sala de parto, quando deve acontecer a primeira mamada. Para a chefe da clínica do Hospital Mário Covas, Sandra Frota Ávilla Gianelo, o aleitamento materno deve ser o único alimento de toda criança até os seis meses de vida. “Depois desse período, os pais podem introduzir uma alimentação balanceada, mas sem deixar de lado o leite materno. O ideal é que a mãe amamente até os dois anos”, diz.

Para os prematuros, a recomendação é ainda mais importante. Os hospitais considerados Amigos da Criança, como o Mário Covas e o Hospital Municipal Universitário, de São Bernardo, permitem o acesso dos pais às unidades de tratamento infantil durante todo o dia e educam a amamentação a partir das 34 semanas de vida. Mas para que o bebê consiga se alimentar de maneira eficiente, ele deve ser bem posicionado. Segundo a pesquisadora do Instituto de Saúde, Tereza Toma, a criança precisa abocanhar toda a auréola do seio da mãe e não somente o bico. “Esse cuidado ainda evita dor durante o processo”, explica.

As mulheres que não podem amamentar ou têm leite em excesso devem procurar bancos de leite cadastrados. O resultado do trabalho é surpreendente: desde fevereiro de 2003, o Mário Covas, por exemplo, já recebeu 3 mil litros do alimento materno, repassados a mais de 2,5 mil bebês. Sinal de que o gesto dá resultado.

O conhecimento e a dedicação são as melhores armas para garantir a saúde do bebê. Consciente disso, a dona-de-casa Elisângela Vieira, 32 anos, passa os dias na UTI Neonatal do Hospital Mário Covas de olho na pequena Laura, nascida há 20 dias. “Depois de muita espera, consegui amamentar minha filha, que teve de ser operada com apenas seis dias de vida. Agora, tenho certeza de que ela vai se recuperar mais rápido”, conta.

Mais informações sobre as palestras da Semana podem ser obtidas no Hospital Mário Covas, pelo telefone 6829-5000 ou 5034, e no Hospital Municipal Universitário, pelo 4365-1480 ou 1490

O valor do leite materno

Por que amamentar no peito é tão importante?

O leite materno é o primeiro e mais completo alimento e deve ser o único durante os seis primeiros meses de vida do bebê. Quando possível, a indicação é de que a amamentação se estenda até os dois primeiros anos.

O que o leite materno tem de especial?

Fonte de proteínas adequada ao tempo de crescimento do bebê, o alimento também é rico em ferro, gorduras especiais (ácidos graxos) e uma substância chamada fator de desenvolvimento, que ajuda na digestão e desenvolvimento do sistema nervoso da criança.Existe leite materno bom ou ruim?

Não existe leite materno fraco. Todas as mães produzem o leite adequado para o seu bebê.A consistência de cada leite depende dos alimentos que a mãe consome.

Como amamentar?

A dica é que a mãe faça um revezamento de mama. Quando a criança estiver satisfeita, ela própria dará os sinais. Não há um número de mamadas determinado por dia. Quanto mais a mãe amamentar, mais leite produzirá. Para evitar dor, o bebê precisa conseguir abocanhar toda a região da mama, não somente o bico dos seios.

Por que não usar a mamadeira?

As mamadeiras e, também as chupetas, costumam modificar a forma como a criança mama e muitos bebês passam a não querer mais mamar no peito. Além disso, podem causar problemas de dentição, fala, infecções na boca e garganta.