Semana do trânsito: Conscientização necessária

A Tribuna - Terça-Feira, 20 de Setembro de 2005

ter, 20/09/2005 - 11h26 | Do Portal do Governo

Da Reportagem

Reduzir as mortes por atropelamento nas rodovias paulistas tornou-se a principal preocupação das 12 concessionárias atuantes no Estado. De acordo com a Agência Reguladora dos Transportes do Estado (Artesp), de janeiro a julho de 2005, de um total de 523 mortos — 2,2 falecimentos por dia —, 118 foram causados por acidentes dessa natureza.

Os dados foram divulgados ontem, na Capital, durante a abertura da Semana Nacional do Trânsito, que irá até o próximo domingo. O evento contou com a participação de representantes de todas as redes concessionárias que administram 3,5 mil quilômetros de estradas estaduais pavimentadas sob a responsabilidade da iniciativa privada.

O secretário de Transportes do Estado, Dario Rais Lopes, que inaugurou as atividades, disse que a despeito das conquistas tecnológicas do setor, a relação com os usuários, por meio de campanhas de conscientização, ainda deixa a desejar.

‘‘Quando você trabalha com segurança, três pontos são importantes: engenharia, fiscalização e educação. Estamos muito avançados na tecnologia e na fiscalização, mas o nosso relacionamento com os usuários não está legal’’, admitiu Lopes.

Segundo o secretário, é necessário um fortalecimento das campanhas educativas. Do total de mais de 20 mil acidentes nas rodovias paulistas, entre janeiro e agosto deste ano, 44% foram causados pelo fator humano, ou seja, pela imprudência dos condutores.

Quanto aos atropelamentos, as campanhas visam atingir os pedestres também. ‘‘Ainda temos muitos atropelamentos perto das passarelas. E não são crianças que morrem. Acontece muito nos sábados à tarde com adultos, em média, de 20 anos’’, ressaltou.

O diretor-geral da Artesp, Ulysses Carraro, que apresentou os dados do setor, corroborou as constatações do secretário de Transportes. ‘‘O importante é o ser humano. Ele precisa ser sensibilizado para tomar mais cuidados nas estradas. É o excesso de velocidade, a distância entre os veículos e a mudança de faixa sem sinalização. Tudo aquilo que se aprende nas auto-escolas, mas que não é feito no trânsito’’, afirmou.

Cinto e bebida
Uma pesquisa realizada pela Artesp nas praças de pedágio, com 97.373 veículos, apontou que quase a totalidade (85,9%) dos usuários das rodovias paulistas usam o cinto de segurança quando estão no banco dianteiro.

No entanto, quando estão no traseiro, 76,6% deixam de utilizar o dispositivo de segurança. ‘‘Uma maleta ou um laptop soltos no banco de trás podem matar um passageiro numa colisão’’, alertou Carraro. Em relação às crianças no banco traseiro, 80% trafegam nas estradas sem a devida proteção.

O consumo de bebidas alcoólicas também é outro fator de preocupação. ‘‘O cidadão bebe e acha que três cervejas não vão fazer diferença. Está mais que provado que o álcool diminui os reflexos e causa problemas na direção’’.