IPC-Fipe apura recuo de 0,57% na cidade de São Paulo em setembro
Márcia De Chiara
O pão francês de 50 gramas ficou mais barato para o paulistano, uma semana após ter sido isentado do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Estado de São Paulo. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço médio do pãozinho na cidade de São Paulo caiu 0,57% nos 30 dias encerrados em 22 de setembro, ante igual período do mês anterior. A isenção do ICMS começou a valer no dia 16. Enquanto isso, o IPC-Fipe geral aumentou 0,26% no período. “O importante é que o preço caiu, não o tamanho da redução”, observa o presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), Heron do Carmo.
Especialista em preços, Heron observa que, como o valor do pãozinho é muito baixo, variando de R$ 0,20 a R$ 0,35 na cidade de São Paulo, fica difícil obter reduções maiores. “Não temos unidades abaixo do centavo.” Para el, o imposto é apenas um dos fatores que influenciam o preço que, no caso, é determinado pela demanda. “O momento não é oportuno para aumentar preços porque o poder aquisitivo da população está devagar”, diz o presidente da Associação das Indústrias de Panificação de São Paulo, Antero Pereira.
A pesquisa de setembro feita pela entidade em 1,3 mil padarias da capital ainda não foi concluída. Mas, segundo Pereira, os preços caíram depois da isenção do ICMS. “A redução média foi de R$ 0,02, ou 5%.” Ele argumenta que alguns estabelecimentos mantiveram os preços porque já tinham custos pressionados. Pereira lembra também que a redução de imposto foi anulada pelo reajuste da energia elétrica dos últimos meses.
Nos supermercados, onde o pãozinho é usado como chamariz de vendas, com preços entre R$ 0,12 e R$ 0,17, praticamente não houve redução, diz o presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Sussumu Honda.
Em compensação, com o corte na alíquota do ICMS de 12% para 7% sobre o pão de forma e os pães especiais, esses itens já começaram a ser vendidos nos supermercados com redução de até 5%. Para Honda, a isenção do ICMS sobre biscoitos e massas deve ter impacto no preço ao consumidor a partir da segunda quinzena deste mês porque a velocidade de venda desses itens é menor e os supermercados ainda têm estoques antigos.
