Seis meses para tirar 7.100 presos dos DPs

Jornal da Tarde - São Paulo - Quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

qui, 09/12/2004 - 9h30 | Do Portal do Governo

O prazo foi dado pelo governador Alckmin, durante a desativação da Penitenciária do Estado, na Zona Norte

JOSMAR JOZINO

A Capital não terá nenhum preso nos distritos policiais a partir de maio de 2005. Esta foi a promessa feita pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao desativar, às 10h30 de ontem, o maior presídio masculino da Capital, a Penitenciária do Estado, no Carandiru, Zona Norte, inaugurada em 21 de abril de 1920. O presídio dará lugar à Penitenciária Feminina Sant’Ana, para onde serão transferidas 1.200 detentas atualmente recolhidas ao Cadeião de Pinheiros.

Os últimos 47 presos foram transferidos para o Interior, ontem. Além do governador, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, também participou da desativação. Geraldo Alckmin diz que já cumpriu duas metas. A primeira foi implodir a Casa de Detenção há exatos dois anos, em 8 de dezembro de 2002. A segunda foi a desativação de ontem. A terceira prioridade é desativar as carceragens de 34 DPs da Capital, onde ainda estão recolhidos 7.100 presos.

As obras de reforma da futura Penitenciária Feminina Sant’Ana devem começar hoje e estão orçadas em R$ 7,9 milhões. A conclusão dos trabalhos e a inauguração da nova unidade estão previstas para o primeiro semestre de 2005. O presídio será administrado por uma organização não-governamental ONG em parceria com o Estado.

Geraldo Alckmin percorreu, ontem, a copa e as celas da desativada Penitenciária do Estado, cujo prédio é projeto arquitetônico de Ramos de Azevedo e foi tombado pelo patrimônio histórico. O governador também prometeu instalar cozinhas nas penitenciárias de grande porte. Ele explicou que o Estado gasta, por dia, R$ 5,80 com o café da manhã, almoço e jantar dos 108 mil presidiários do Estado. Com a instalação das cozinhas, esse custo vai cair para R$ 2,80 em cada unidade. Esses presídios vão fornecer as refeições para os Centros de Detenção Provisória (CDPs).