Seguro cobrirá morte de policial de folga

Folha de São Paulo - Terça-feira, dia 23 de maio de 2006

ter, 23/05/2006 - 15h10 | Do Portal do Governo

Benefício, de R$ 100 mil, será pago pelo governo aos familiares de todos os agentes assassinados nos ataques do PCC

Associação afirma que, dos 23 policiais militares que foram vítimas das ações criminosas, só 10 estavam em horário de trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL O governo do Estado de São Paulo decidiu pagar o seguro de vida para os familiares de todos os policiais mortos nos ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), independentemente de eles estarem em serviço ou não.

No início da semana passada, o governador Cláudio Lembo (PFL) afirmou que pediria a inclusão de todas as vítimas na lista do benefício, já que os ataques foram direcionados à “figura do policial”.

Porém a liberação da verba para todo o conjunto das vítimas das corporações dependia de autorização da seguradora -de acordo com a lei, o pagamento só pode ser feito em casos de óbito em serviço.

Ontem, a Secretaria da Segurança Pública do governo estadual disse que os 30 policiais civis, militares e bombeiros assassinados receberão, cada um, R$ 100 mil do seguro de vida, mas não soube dizer o prazo. O valor não depende do tempo de serviço na instituição.

De acordo com a assessoria de imprensa da pasta, a data dependerá de quando a família der entrada na documentação, mas o órgão afirmou que as polícias já estão encaminhando as informações que possuem.

A orientação dada pela Secretaria é para que as famílias procurem as bases de trabalho de seus parentes mortos.

Documentação

A presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil do Estado de São Paulo, Lucy Lima Santos, afirmou que ainda não tinha sido avisada sobre a decisão do governo.

“Acho ótimo que o Estado tenha reconhecido o valor dos policiais e pague o seguro para todos”, disse.

De acordo com Lima Santos, mesmo as famílias de policiais não-associados à entidade podem procurar a instituição para receber ajuda na preparação dos documentos.

“Vamos auxiliar para que os familiares não fiquem desamparados”, afirmou ela.

Algumas famílias precisaram recorrer à ajuda financeira de amigos para enterrar seus parentes. A associação não sabia dizer quantos policiais civis morreram em serviço.

Já a Associação de Oficiais da Polícia Militar de São Paulo afirmou que, dos 23 PMs que foram assassinados nos ataques, 10 estavam em serviço. “Os outros 13 não estavam trabalhando, mas morreram porque eram policiais”, afirmou o diretor para assuntos institucionais da associação, major Sérgio Olímpio. “E seria uma vergonha deixar todas essas famílias desamparadas.”

(DANIELA TÓFOLI)