Segurança nas escolas

Gazeta de Ribeirão

qua, 03/06/2009 - 9h42 | Do Portal do Governo

Contra a violência Programa do Estado prevê a instalação de câmeras e sistema eletrônico de registro de ocorrências

A Secretaria de Estado da Educação lançou o Sistema de Proteção Escolar, projeto que reúne diversas ações para combater a violência no ambiente escolar. A proposta pretende atrair pais, comunidade e sociedade civil para dentro das escolas. Além da instalação de câmeras de vídeo nas instituições de ensino, o projeto também pretende criar um sistema eletrônico de registro de ocorrências escolares. Em Ribeirão, as escolas devem integrar o sistema até o final do ano.

O projeto se baseia em dois manuais: de Procedimentos e Conduta Escolar. Os materiais trarão, de forma padronizada, normas que devem ser adotadas pelas escolas estaduais diante de situações de conflito. Inicialmente a Capital e Grande São Paulo integrarão o sistema. Mas todas as 5,3 mil escolas da rede estadual receberão o material.

Na primeira fase o sistema prevê a instalação de 11 mil câmeras em 2,2 mil escolas. As imagens captadas serão monitoradas por uma central operada por profissionais que poderão acionar os órgãos competentes.

O projeto foi recebido com ressalvas pelo consultor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), José Wilson de Souza Maciel. Na opinião do dirigente sindical, a iniciativa de instalar equipamento de segurança nas escolas deveria “vir com a valorização dos profissionais da educação e a qualificação dos funcionários que ficam nos pátios das escolas”.

Para o psicólogo Sérgio Kodato, coordenador do Observatório de Violência e Práticas Exemplares, “o alarmismo sobre a violência nas escolas está levando às políticas repressivas”. “Estão falando inclusive em uma central de inteligência com pessoal especializado enquanto falta professores nas escolas”, afirma. 

Matrícula motiva pesquisa

Os problemas de segurança nas escolas representam uma preocupação para os pais em Ribeirão Preto. Até mesmo a Câmara Municipal criou uma Comissão Especial de Estudos (CEE) que analisa o consumo de drogas nas escolas da cidade. Para Paula Moisés, 43 anos, mãe de duas crianças matriculadas na Escola Estadual Professor Sebastião Fernandes Palma, os cuidados com a segurança é fundamental. Depois de mudar de Franca para Ribeirão, Paula percorreu oito escolas para definir onde iria matricular os filhos. “Cheguei a ver estudantes consumindo droga em frente a uma escola e me assustei, pois todos sabem que o tráfico de drogas é um foco de violência”, lembra. A escolha também foi motivada pelo sistema de vigilância instalado, com apoio da Associação de Pais e Mestres (APM), na escola. “É um forma a mais de evitar a violência”, afirma.