Secretários inauguram Casa do Adolescente

Tribuna de Santos - Quarta-feira, 8 de fevereiro de 2006

qua, 08/02/2006 - 12h41 | Do Portal do Governo

Da Sucursal

  Apesar de bastante comemorada, a instalação da primeira Casa do Adolescente fora da Capital, em São Vicente, é resultado de índices negativos, como altas taxas de pobreza, vulnerabilidade dos jovens e elevadas taxas de gravidez na adolescência. No Município, esse índice é de 19%, dois pontos percentuais acima da média do Estado, que é de 17%. Foram esses os fatores que pesaram na escolha da Cidade para receber o programa estadual.

  A inauguração aconteceu na manhã de ontem, na Vila Margarida, e contou com a presença de diversas autoridades, dentre elas o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata.

  De acordo com a secretária estadual de Assistência e Desenvolvimento Social, Maria Helena Guimarães de Castro, o Município foi escolhida para ser o primeiro a receber o programa porque: ‘‘Dos municípios da Baixada Santista, São Vicente apresenta taxas mais elevadas em relação à vulnerabilidade dos jovens, à pobreza e gravidez na adolescência’’.

  Outro motivo apontado para a escolha foi o interesse demonstrado pela Prefeitura em poder contar com a Casa do Adolescente: ‘‘Estamos abrindo possibilidade de parcerias com outras prefeituras’’.

  O número de jovens que poderão ser beneficiados com o projeto, segundo Maria Helena, irá depender do trabalho da comunidade. ‘‘Aqui, a expectativa é de atender 300 jovens por dia’’, revela.

  Animada, a coordenadora do programa no Estado, Albertina Duarte, explicou como a Casa do Adolescente atenderá os jovens. ‘‘Os adolescentes serão atendidos individualmente e em grupo. E tem uma exigência básica: que eles tenham de 10 a 20 anos; não importa a renda, o estado civil, nem a cor e nem a religião’’, salienta.

Gravidez

  Graças ao trabalho desenvolvido pela Casa do Adolescente na Capital – nas várias unidades -, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, os índices de gravidez na adolescência tiveram redução desde a criação do programa, caindo em 28%.

  Em 2004, houve 106.737 mulheres menores de 20 anos grávidas, contra 148.019 casos em 1998, quando a política de abordagem aos adolescentes foi alterada.

  ‘‘Cidades litorâneas, não só no Brasil, sempre têm índices maiores de gravidez na adolescência porque existe um trânsito maior de pessoas, de turistas e também a questão da própria situação de ofertas e estímulos que as adolescentes possam entrar em contato’’, esclareceu Albertina.

  ‘‘O adolescente tendo cuidado em relação à sua sexualidade, também tem auto-estima para se prevenir em relação às drogas e as doenças sexualmente transmissíveis, no relacionamento com os pais, na questão da escolaridade. Tudo isso vai ser enfatizado’’, acrescentou a coordenadora do programa.

  O prefeito Tércio Garcia lembrou que até o final de 2004, de cada grupo de mil crianças nascidas vivas, 40 morriam nos primeiros meses de vida. Atualmente, essa relação é de 19 mortes para cada grupo de mil. A redução, segundo Tércio, foi resultado da concentração de esforços nesse sentido, como o aumento de gestantes que fazem o pré-natal, e à reabertura do Hospital São José, que realiza os partos.

  ‘‘Sentimos que uma das grandes questões da mortalidade infantil é a gestação precoce. Então, passamos agora a atender de uma forma especial esse adolescente, com a finalidade, secundária, nesse caso, de reduzir a mortalidade infantil’’, resume Tércio.

  A Casa do Adolescente vai funcionar, de segunda a sexta-feira, ao lado do Centro Educacional e Recreativo (CER) da Vila Margarida, na Avenida Caimoré, 804.