Secretário de Esporte aposta na ‘originalidade’

O Estado de S. Paulo - 9/1/2002

qui, 09/01/2003 - 10h41 | Do Portal do Governo

Com orçamento de R$ 46 milhões, ele imagina uma pasta ‘pró-ativa’, com produtos a oferecer

Nunca um esportista de destaque – iatista dono de duas medalhas olímpicas de bronze, na classe Tornado – assumiu o comando da Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer de São Paulo, cargo que nem sempre mereceu atenção especial do governo e, via de regra, foi ocupado por políticos. Lars Grael, de 38 anos, ex-secretário Nacional de Esportes, assumiu a função agora, sabendo que o desafio é grande – já desistiu de participar da Millenniun Cup, na Nova Zelândia, de 31 a 6 de fevereiro, porque não poderia se afastar por tanto tempo. Projetos não faltam, a começar pela remodelação de um antiquado complexo esportivo da cidade, formado por locais como o Ibirapuera, que tem 47 anos.

Lars é um paulistano que nunca morou na cidade. Nasceu em uma maternidade da capital em 1964, enquanto seu pai, que era do Exército, cumpria pena em Quitaúna por atividade política. Cinco dias depois, seguiu com a mãe para Niterói, no Rio.

O secretário ainda procura casa para morar com a família em São Paulo, ‘um lugar caro’, com filhos na escola, exige uma boa pesquisa. Quer conhecer o interior do Estado, principalmente as represas – será velejador de fim de semana -, mas já desistiu da campanha para os Jogos de Atenas, em 2004, na Classe Star, apesar de disputar a Semana Pré-Olímpica, o Brasileiro e o Mundial de Cádiz.

Morar em São Paulo vai facilitar o contato com seu proeiro, o santista Marco Lagoa. Um de seus barcos ficará em Ilhabela. O outro, no Rio. Quer conhecer também ‘a origem dos Grael’, visitando Dois Córregos, onde seu pai nasceu, em companhia dos irmãos Torben e Axel.

Lars aposta em uma boa administração do ministro de Esportes, Agnelo Queiróz que, embora seja do PC do B, é um ‘homem suprapartidário, que sempre foi um defensor do esporte no Congresso e não apenas integrante da ‘bancada da bola”. Lars acha que colocar esportistas na pasta é uma tendência que está se repetindo em outros Estados. ‘O próprio conceito do esporte como mecanismo de inclusão social vem sendo assimilado. Houve uma mudança de visão.’

Na Secretaria Estadual, com um orçamento de R$ 46 milhões este ano, Lars admite que terá de ‘ter originalidade’. Fala em uma secretaria ‘pró-ativa, com produtos a oferecer’, que não se limite a administrar instalações esportivas e eventos. Também quer reativar o Conselho Estadual de Esportes, ‘que existe só por decreto’.

Mas precisa administrar (e modernizar) locais como o Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera, o Baby Barione e o Parque Villa-Lobos, construir o Espaço da Juventude (no antigo Carandiru), terminar a Vila Olímpica Mário Covas, na Raposo Tavares, promover eventos como os Jogos Regionais e Abertos, incrementar parcerias com o Governo Federal em projetos como Pintando a Liberdade (em que os presos fazem equipamentos esportivos) e Navegar (de formação na vela, canoagem e remo, com núcleos em Ilhabela e Piraju).

Heleni Felippe