Secretaria da Saúde lança novo banco de dados para transplantes

Diário do Grande ABC - Sábado, dia 8 de julho de 2006

sáb, 08/07/2006 - 11h28 | Do Portal do Governo

Adriana Ferraz

Do Diário do Grande ABC    

Um novo banco de dados, lançado pela Secretaria Estadual da Saúde, promete agilizar o processo de transplantes no país. Desenvolvido pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e pelo IPT (Instituto de Pesquisa Tecnológicas), o sistema disponibiliza, via internet, informações de receptores, doadores e exames laboratoriais, e também revela a situação real de cada paciente a partir de uma senha fornecida individualmente. Para especialistas, a iniciativa representa um avanço no controle e transparência dos dados, mas ainda não serve para melhorar as condições reais do processo de transplantes no Brasil. “Para que isso aconteça, é preciso investimento efetivo em estrutura e pessoal”, diz o conselheiro da Transpática (Associação Brasileira dos Transplantados de Fígado e Portadores de Doenças Hepáticas), Sidnei Moura Nehme.

Apesar de não ser suficiente, a informatização é encarada como um meio de otimização dos dados. “Simplifica a troca de informações e faz com que as pessoas matriculadas confiem nos procedimentos adotados pelo Estado, já que poderão acompanhar, de forma clara, as reais possibilidades da fila”, acredita o presidente da Sociedade Latino-americana de Transplantes, José Medina Pestana.

O coordenador da Central de Transplantes do Estado, Luiz Augusto Pereira, explica que a mudança vai permitir, ainda, que a secretaria tenha conhecimento do número de mortes de pessoas que estavam na fila ou recebiam medicamentos. “Isso é um progresso, pois antes todas as informações eram manuais e demoravam dias para entrar no sistema geral”, afirma.

Em uma primeira fase, apenas as equipes que realizam transplante de coração vão operar com o novo banco de dados, mas, até o final do ano, o sistema deve ser ampliado para todo o Estado. No primeiro semestre deste ano, 3.129 transplantes foram realizados em São Paulo. Número baixo, de acordo com a Transpática. “Precisamos avançar nessas estatísticas, com comissões treinadas para entrar em contato com as famílias e providenciar a captação dos órgãos, já que doadores não faltam”, revela Nehme.

Hoje, o fígado e o coração são os órgãos mais requisitados. O tempo de espera varia em função das características do doador e do paciente. Na contramão, o transplante mais efetuado é o de rim, já que um fornecedor contempla dois pacientes.